Durante interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF), o deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem (PL-RJ), negou ter enviado qualquer documento que fale sobre fraude nas eleições. Ramagem, ao responder perguntas de Alexandre de Moraes, ressaltou que documentos encontrados em seu celular eram pessoais e que nunca os enviou para ninguém.
Ressaltou que o documento salvo com o usuário “a.lamarge”, que segundo as investigações e denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), trabalharia com informações para desacreditar as urnas eram de “informações privadas”. Investigações apontam que o documento foi criado em 10 de julho de 2021 e modificado em 27 de julho do mesmo ano.
“Não houve difusão ou encaminhamento. Era algo meu, com opiniões privadas, não oficiais. Não foi compartilhado com ninguém”, disse Ramagem a Alexandre de Moraes.
O parlamentar ainda disse que a Polícia Federal sabia que o vídeo no celular dele era de uma sessão do STF e que mentiu para a PGR. “Entendo que não há veracidade nas imputações de crimes. Estamos aqui para demonstrar a inocência. A Polícia Federal induziu a erro a PGR e esse STF”, afirmou.
Ramagem foi questionado ainda sobre o arquivo encontrado em seu computador com o nome “Bom dia, presidente”. O documento tratava da criação de um grupo para falar sobre as urnas eletrônicas.
À pergunta de Moraes, o ex-diretor da Abin diz que o arquivo também era pessoal, para seu próprio controle. Disse ainda que o grupo que ali constava era para “discutir a viabilidade da participação da Abin no Teste Público de Segurança (TPS), realizado pelo Tribunal Superior Eleitoral”.
Também no interrogatório, Ramagem negou ter monitorado autoridades ou ministros do STF por meio da Abin. “Não fiz monitoramento algum”, disse.
Ramagem é o segundo réu em trama golpista a ser interrogado na sala da Primeira Turma do STF. O primeiro foi Mauro Cid, delator do esquema.