A caravana da BR-364, de Rio Branco a Cruzeiro do Sul, de fato foi um ato político histórico que tem a sua relevância, mas os pormenores são muito mais interessantes. Na saída, o deputado Roberto Duarte (Republicanos), que não pegou a estrada, questionou onde estavam os R$ 300 milhões gastos com a rodovia no ano passado, dando a entender que o recurso havia sido desviado. A ilação não agradou o superintendente do DNIT, que viu as declarações no ac24horas e foi tirar satisfação com o parlamentar. O clima azedou e o bafafá foi exposto em Tarauacá.
É notório que a impressão que fica é que a classe política ligada ao bolsonarismo não morre de amores pelo engenheiro Ricardo Araújo, chefe do DNIT. Em diversos pontos da viagem, a sensação de que ele era um estranho no ninho era gritante. Existe um incômodo, do tipo, ele é o culpado, mas, no fundo, todo mundo sabe que a culpa não é dele, mas alguém sempre é “pego para Cristo”.
Uma coisa chamou a atenção: o deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB) e o assessor do DNIT, Antonio Klemer, sabia explicar de forma didática e desenhada o que era a técnica do macadame. O Ricardo Araújo apanhou da própria linguagem técnica e isso fez com que muita gente perdesse a paciência.
Os trechos da BR-364 entre Bujari-Sena, Feijó-Tarauacá, precisam de intervenção urgente. Mas é salutar lembrar que de fato a técnica do macadame deixa a pista como se fosse de um aeroporto internacional, mas é aquela coisa, caro para caramba. Tem trecho que o custo do km pode sair até R$ 10 milhões. Haja recurso!
O ato da Declaração do Acre chamou atenção pela ausência de alguns deputados. A solenidade estava marcada para 7h30 e iniciou pouco tempo depois das 8h. Teve deputado que passou a noite molhando as palavras e apareceu já no final com a cara inchada. Uns conseguiram sair na foto, outros nem isso conseguiram.
A postura do vereador Eber Machado tem se tornado cada vez mais deselegante. Após chamar o prefeito Tião Bocalom de “seboso”, agora voltou a atacar, referindo-se ao secretário Jhonatan Santiago como “Shrek”. Em busca de atenção, o parlamentar parece esquecer que esse tipo de atitude não rende votos para a Assembleia Legislativa — e sim processos.
Para quem esteve no 1º Encontro de Vereadores do Acre, ficou claro que o assunto mais comentado não eram as palestras, mas sim as especulações sobre o futuro político da vice-governadora Mailza Assis. A principal dúvida entre os bastidores era se haveria condições políticas para que Mailza fosse candidata ao governo em 2026 com chances reais de disputar em pé de igualdade com o senador Alan Rick.
Dizem as “línguas ferinas” que o Encontro de Vereadores realizado na capital acreana, curiosamente no mesmo dia da Caravana da BR-364, teria como objetivo tirar os mais de 200 vereadores de suas cidades e, assim, reduzir a visibilidade e o impacto político de Nicolau Júnior no debate sobre os buracos da rodovia federal.
A verdade é que se blitz resolvesse alguma coisa, o trânsito de Rio Branco seria uma Noruega.
Sufocados pelos tapumes de obras intermináveis, pequenos comerciantes no Centro de Rio Branco gritam por socorro.
Nos ébrios becos de Rio Branco andava um senhor apelidado de Seu Neném, cujo pai, um desconhecido, foi refugado pela política. Hoje rodam a cidade a perguntar pela identidade do genitor: “alguém aí sabe quem é o pai do Seu Neném?”.
Enquanto isso, na praça central, dormem os excluídos feitos nenéns tranquilos…. Quem tem sabedoria que decifre.
O Sindcarne voltou a chamar atenção para o volume de saída de gado em pé, como mostrou a coluna na edição de ontem. É algo que retoma um ponto polêmico já retratado aqui. Mas a coluna também alerta: para o pecuarista, a questão da pauta está longe de ser o principal problema.
O principal gargalo da pecuária acreana chama-se “rastreabilidade”. É com as consequências da rastreabilidade e as causas que tornam o pecuarista acreano tão vulnerável que os produtores precisam voltar às suas energias.
O Censo 2022 revela uma mudança marcante no Acre: católicos apostólicos romanos diminuíram para 38,9%, uma queda de 13% em relação a 2010. Em contrapartida, os evangélicos dispararam para 44,4%, um aumento de 11,7%, tornando-se a maior denominação religiosa do estado. O Acre agora ostenta a maior proporção de evangélicos no Brasil, superando até mesmo Roraima.
A religião católica no Acre viu sua representatividade cair significativamente, passando de 51,9% em 2010 para 38,9% em 2022. Essa queda contrasta com o expressivo crescimento dos evangélicos.
Os dados do Censo 2022 confirmam uma tendência clara no Acre, além de queda e crescimento de determinados segmentos, o grupo sem religião teve um leve aumento de 0,6% atingindo 11,2%. Em 2010, os sem religião representavam 11,8% da população, indicando uma estabilidade nesse segmento.