Durante o segundo dia da segunda edição da Caravana pela BR-364, realizada em Cruzeiro do Sul, o deputado federal Zezinho Barbary (Progressistas) fez um discurso forte em defesa da rodovia da BR-364 e criticou as decisões da Justiça Federal e órgãos ambientais em relação às questões das infraestruturas dos municípios isolados do Acre. As falas ocorreram nesta sexta-feira (06).
Segundo o deputado, a BR-364 é essencial para a sobrevivência econômica da região. “É através dela que todos os mantimentos chegam a Cruzeiro do Sul, à região do Juruá. Fizemos questão de acompanhar, e além de fiscalizar o serviço que está sendo feito, também comprovar os trechos críticos que existem hoje na BR-364”, explicou.
Barbary elogiou o superintendente do Dnit no Acre, Ricardo Araújo, por sua atuação junto ao governo e ao Congresso. “Sempre tem se feito presente, sempre tem nos recebido tanto no Estado, como tem recebido também a bancada federal em Brasília, quando a gente vai ali reivindicar a cada momento melhorias na BR-364”, pontuou.
O deputado ressaltou a necessidade de investimentos contínuos. “Confirmamos agora que a solução é essa nova tecnologia, esse macadame que é um pavimento asfáltico com nova tecnologia, que custa muito dinheiro, mas já tem ali mais de 50 quilômetros feitos. O macadame foi licitado agora, mais 200 quilômetros, vão faltar aí em torno de 500 e poucos quilômetros. O que tem que ser feito é justamente isso: a bancada federal pressionar o governo federal, continuar cobrando cada ano mais investimentos, para que a gente possa ter em aproximadamente três ou quatro anos uma estrada realmente concluída, com qualidade e à altura dos sonhos dos acreanos. Essa caravana é uma caravana sem ideologia política, uma caravana que defende o projeto do nosso Estado, o projeto mais importante”, salientou.
O deputado anunciou a destinação de recursos próprios às obras de infraestrutura da BR-364. “Como deputado federal, já me prontifiquei de colocar agora no final do ano, na nossa emenda parlamentar de bancada, 15 milhões para contribuir através do nosso mandato com a construção da BR-364.Tenho certeza que toda a bancada federal irá fazer sua parte”, afirmou.
O deputado também aproveitou o momento para criticar decisões recentes da Justiça Federal e de órgãos de controle ambiental em relação à população do Juruá. “Repudiar, repudiar a atitude tomada aí pela Justiça Federal, por alguns órgãos de controle ambientais, de desprezar, colocar por baixo dos órgãos ambientais a população aqui do Juruá”, destacou.
Ele relembrou sua atuação desde o período em que era prefeito de Porto Walter: “Quando, por várias vezes, já cobramos, e eu, quando prefeito, comecei aquela história aqui em Porto Walter, foram feitas ali algumas audiências na Assembleia Legislativa. E após essas audiências, a minha cobrança, a cobrança dos prefeitos e toda a população do Juruá, veio a resposta: o fechamento da estrada”, reforçou.
Barbary classificou como um “absurdo” a instalação de cercas que impedem a passagem de moradores. “Estão tirando o direito de ir e vir de uma população, de um município de mais de 13 mil habitantes. Isso é um absurdo, é um desrespeito. Estão atropelando o Congresso Nacional, estão atropelando a Assembleia Legislativa”, disparou.
O parlamentar voltou a convidar autoridades a conhecerem a realidade local. “Vão lá em Marechal Thaumaturgo, vão lá em Porto Walter, vão lá no Jordão, vão lá na Santa Rosa do Purus, verificar no verão quanto custa um quilo de frango, quanto custa um litro de gasolina, que poderia custar bem menos se a população tivesse o direito de ir e vir através de uma estrada”, comentou.
Barbary reforçou sua posição de defesa do equilíbrio entre preservação ambiental e os direitos da população. “Eu não sou a favor da destruição. Eu sou a favor da conservação. Mas sou a favor também da população. Não podemos deixar de olhar, de defender e priorizar o povo”, reforçou.
O deputado criticou o que chamou de influência de lideranças indígenas externas. “Quem não quer é alguns representantes indígenas que vivem nos Estados Unidos, que não moram na região, que nem sequer defendem os índios isolados, que vivem lá, abandonados”, destacou.
Ele concluiu com um apelo à Justiça e aos órgãos ambientais: “Precisamos da estrada que liga Porto Walter, que liga Marechal, que liga o Jordão, que liga Santa Rosa, para dar o direito a esses cidadãos também o direito de ir e vir. Contem com esse caboclinho aqui, esse ribeirinho, esse deputado que realmente conhece a realidade aqui na nossa região. Um abraço”, finalizou.
