Foto: Jardy Lopes
O secretário municipal de Assuntos Institucionais de Rio Branco, Jhonatan Santiago, concedeu entrevista à imprensa nesta quarta-feira (4) para comentar temas sensíveis da gestão Tião Bocalom, como as exonerações de cargos ligados ao vereador Samir Bestene (PP), os debates sobre a criação da Guarda Municipal e a permanência de Rutênio Sá como líder do governo na Câmara.
Santiago negou que as exonerações recentes tenham como objetivo criar desgaste político com a família Bestene. Segundo o secretário, a decisão foi administrativa e tomada com base em critérios de gestão. “Existe ônus e bônus em ocupar cargos públicos. Assim como o vereador Samir fez diversas nomeações, era necessário também fazer exonerações. Não houve perseguição, foi uma decisão de gestão. Vida que segue”, declarou. Ele explicou ainda que a situação foi revisada após o retorno do prefeito Tião Bocalom, e que uma conversa interna contribuiu para esclarecer os fatos.
Sobre a possível criação da Guarda Municipal em Rio Branco, Santiago afirmou que a medida ainda está em estudo e depende de análise técnica e financeira. A Prefeitura tem optado, por ora, pelo uso de segurança privada (armada e desarmada) e monitoramento por câmeras nos principais pontos da cidade. “A criação de uma guarda exige concurso público, aposentadoria especial e um custo elevado. Não é que a Prefeitura não queira, mas hoje a estrutura do município não comporta isso. A responsabilidade pela segurança pública ainda é da Polícia Militar e da Polícia Civil”, afirmou.
O secretário mencionou ainda que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o papel das guardas municipais impõe exigências legais que Rio Branco ainda não consegue atender plenamente.
Sobre a liderança do governo Bocalom na Câmara Municipal, Santiago afirmou que o vereador Rutênio Sá segue na função. Ele já havia indicado que permaneceria até determinado momento, tendo em vista sua pré-candidatura nas eleições de 2024, mas não há definição de substituição.
“Rutênio tem cumprido seu papel como líder. Caso outro vereador manifeste interesse e haja acordo com o prefeito, podemos discutir uma transição. Por enquanto, não há mudanças”, declarou. Santiago também citou o vereador Márcio Gustafá como um dos nomes que contribuem com a articulação do Executivo na Casa Legislativa.
Jhonatan Santiago também comentou recentes falas do prefeito Tião Bocalom sobre vereadores que apresentam projetos que criam despesas para o Executivo. Segundo ele, a posição do prefeito segue o que determina a Constituição Federal. “O prefeito não pode sancionar projetos que gerem gastos ao Executivo sem origem no próprio Executivo. Isso não é uma questão de escolha política, é uma exigência constitucional. Quando isso ocorrer, a matéria será vetada por imposição legal”, explicou.