Foto: Rede Social/Reprodução
A Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC) anulou, na quinta-feira (29), a condenação do ex-sargento da Polícia Militar Erisson de Melo Nery pelo assassinato do adolescente Fernando de Jesus, de 13 anos, ocorrido em 2017, em Rio Branco. Nery havia sido condenado a sete anos de prisão em regime semiaberto, mas a decisão foi revista após recurso apresentado pela defesa. Ele ficou conhecido em 2021 após assumir um relacionamento a três com Alda Radine e Darlene Oliveira.
O julgamento original, realizado em novembro de 2024, considerou Nery culpado pelo homicídio do jovem, que teria invadido sua residência, no bairro Canaã, com a intenção de furtar. A defesa, no entanto, recorreu alegando irregularidades durante a sessão do júri.
Segundo o advogado Wellington Silva, o promotor do caso fez uso de provas não constantes nos autos, citando fotos que não estavam incluídas no processo. Mesmo após o juiz ter impedido a utilização dessas imagens, o representante do Ministério Público teria insistido em mencioná-las, o que, segundo a defesa, influenciou indevidamente os jurados.
Por maioria dos votos, a Câmara Criminal do TJ-AC acolheu o recurso. O relator do caso, desembargador Elcio Mendes, votou pelo indeferimento, mas foi vencido pelos votos dos desembargadores Francisco Djalma e Denise Caselo Bonfim, que entenderam que a defesa tinha razão.
Com a anulação da sentença, Erisson Nery será submetido a um novo júri popular. A data do novo julgamento será definida pela 1ª Vara do Tribunal do Júri de Rio Branco.
O crime ocorreu em 2017, quando Fernando de Jesus, então com 13 anos, foi baleado e morto por Nery dentro da residência do ex-policial, no bairro Canaã. Segundo a mãe do adolescente, Ângela Maria de Jesus, o filho estava desarmado e teria implorado para não ser morto. “Ele não só matou meu filho, ele exibiu o menino como troféu, tripudiou em cima da morte dele”, declarou Ângela em entrevista à Folha do Acre.
Em 2023, Erisson Nery foi excluído dos quadros da Polícia Militar do Acre após decisão do Conselho de Disciplina da corporação.
A família da vítima estuda ingressar com uma ação de indenização contra o Estado. O advogado Alisson Reis, que acompanha o caso, afirmou que o poder público deve ser responsabilizado pelos danos causados por seus agentes. A família também criticou a pena inicialmente aplicada, considerada branda diante da gravidade do crime.
Com informações da TV 5.