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Tatiana Tiburcio aponta a maior virada de Vera em Garota do Momento: ‘Não admite’

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Intérprete de Verinha em Garota do Momento, Tatiana Tiburcio vê sua personagem como uma âncora de força e integridade na vida de Celeste (Débora Ozorio). Para ela, o papel não apenas enriquece a trama, mas também permite uma jornada emocional que ecoa questões sociais profundas –especialmente em suas cenas com Lígia (Palomma Duarte), que trazem à tona um embate entre duas formas de feminismo.


Para a atriz, o momento de maior transformação da personagem aconteceu quando Verinha foi demitida da casa de Raimundo (Danton Mello). “Não pela demissão em si, mas pela forma como se deu. Ela não admitiu ser tratada da forma como estava sendo tratada naquele momento”, afirma a atriz em entrevista ao Notícias da TV.


“É muito enriquecedor não só para as personagens, mas para nós, atrizes, enquanto pessoas mesmo, enquanto sujeitas dentro do contexto social”, acrescenta a artista.


Tatiana vê sua personagem como uma referência para a afilhada. “A Verinha tem sido um esteio, um norte de integridade e retidão pra Celeste. Alguém em quem ela consegue enxergar força, alegria, princípios… Tudo isso estimula bastante a Celeste, dá a ela uma condição forte pra forjar o próprio caminho, o próprio destino”, pontua.


Além da função afetiva e protetora, Verinha atua como uma figura que amplia os horizontes da novela, quase como uma “segunda mãe” dos personagens. Ela demonstra sensibilidade e serve de contraponto entre a diferença de classes sociais abordadas na novela.


“Uma das coisas mais ricas da personagem é a possibilidade de transitar por vários núcleos, de fazer conexões dentro da história. Isso enriquece demais a trajetória dela. É um presente e, ao mesmo tempo, um desafio criativo, porque cada núcleo tem suas características muito próprias. Manter a identidade da personagem enquanto dialoga com esses universos tão diferentes é algo que a gente, enquanto ator, busca”, comemora.


Uma das sequências mais marcantes da trajetória de Vera foi seu confronto com Lígia, durante uma discussão sobre o papel das mulheres e as diferentes camadas da liberdade feminina.


“A troca com a Palomma sempre existiu, sempre foi muito quente, interessante e produtiva. A gente conversa muito sobre as cenas, sobre os detalhes… Porque as duas trazem vertentes diferentes de feminismo: um feminismo branco e um feminismo negro. E a gente discutia as nuances que diferem um do outro”, revela.


A cena em que Verinha diz à colega que está na hora de assumir sua responsabilidade é, para Tatiana, um divisor de águas. “Ela diz: ‘Quando as crianças choravam, era eu que estava lá’. E agora é ela [Lígia] que precisa estar. Foi uma cena muito emblemática”, avalia.


“Ela discute essa liberdade que a mulher branca pleiteia, mas que só é possível porque há outro grupo de mulheres que nem espaço tinha pra questionar essa ‘liberdade’. Isso enriquece demais, tanto para quem assiste quanto para nós, atrizes”, conclui.


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