Edmundo Pinto, então governador do Acre, foi assassinato em 17 de maio de 1992. Foto: Reprodução
É bom sempre lembrar a história, para avivar memórias e para que as novas gerações conheçam fatos importantes que ocorreram na política acreana. Eu, comento da cátedra de quem acompanhou a política no estado, na imprensa, como colunista político, os governos do ex-governador Wanderley Dantas até o atual do Gladson Cameli. Coloquem décadas nisso. E, situo entre todos, Edmundo Pinto, foto, como um dos mais populares governantes acreanos, um fenômeno político.
Com apenas 3% nas pesquisas e puxado pelo jingle mais popular das campanhas acreanas, Edmundo se elegeu governador, quebrando todas as bancas de apostas que davam o ex-deputado federal Rubem Branquinho (PFL), com 67% nas pesquisas, como o ganhador da eleição. Seu jingle era cantado pela garotada e grudou como chiclete, com uma letra simples e um refrão forte: “Política é coisa muito séria\Candidato tem que ser trabalhador\…Eu vejo, eu sinto, o nosso candidato é o Edmundo Pinto”. Conheci o Pinto, como poucos jornalistas, invariavelmente, todas as tardes, aparecia na redação do Jornal “O Rio Branco”, onde eu trabalhava com o saudoso José Chalub Leite, com vários doces mariola nas mãos, aos gritos “Venham comer e chupar as mariolas do Pinto”.
Nas inaugurações era carregado nos ombros e deu ao seu governo um tom jovial, com as caminhadas que saiam às 20 horas do Palácio Rio Branco, após seu expediente, e durante uma hora percorria as ruas da cidade. Sua campanha tinha como ponto central a “Esquina da Alegria” – alusão à dona do prédio Alegria Isper, na esquina do Palácio Rio Branco.
Um fato que pouca gente sabe: antes de embarcar para a viagem fatídica que ceifou sua vida, comunicou aos diretores da GAZETA, Sílvio Martinello e Roberto Vaz, que quando voltasse me nomearia secretário de Comunicação. Deus o levou. Mas nada vai apagar a imagem de um dos governadores mais populares do Acre, que o vídeo que publicamos abaixo, registra bem sua contagiante simpatia e como era querido pela população. Edmundo Pinto era um fenômeno, e o fenômeno não se explica. Ver vídeo.
ARROGÂNCIA NÃO É VIRTUDE
Uma quadra de esportes, construída pela prefeitura com recursos do senador Sérgio Petecão (PSD), que seria inaugurada ontem, no bairro João Eduardo, com a solenidade marcada pela assessoria do prefeito em exercício Alysson Bestene, com o recinto lotado, foi desmarcada em cima da hora porque no local tinha uma faixa “Obrigado, Senador Petecão!” Petecão classificou o ato de “palhaçada”. Eu chamo de arrogância. Não sei o que o Bocalom ganha com esse tipo de truculência. Não precisa disso, já é prefeito. E, este tipo de atitude não acrescenta nada de positivo à sua biografia política. Por quê esconder que o dinheiro da quadra veio de uma emenda do senador Petecão? Tudo bem, cada qual no seu quadrado. A vida segue.
NÃO ADIANTA
E perda de tempo os professores em greve sentarem com o prefeito em exercício Alysson Bestene, para discutir pauta salarial, por um motivo: É uma boa alma, mas não tem poder para resolver nada que envolva a prefeitura.
ENGROSSARAM O CALDO
O secretário municipal João Marcos, que peita todo mundo, desta vez encontrou o chapéu da viagem com os moradores dos bairros Castelo Branco e adjacências, que fecharam posição contra a instalação do Centro Pop no local, mostraram não estarem dispostos a ceder e interditaram o acesso ao órgão. O caldo a cada dia fica mais grosso.
NADA MAIS QUE ISSO
O fato do vereador Eber Machado (MDB) estar presente nas manifestações contra o novo endereço do Centro Pop, nada mais é que o exercício da política. Foi eleito pela oposição. E cumpre seu papel. Nada mais do que isso. Grave é se tivesse ficado calado. O sistema é bruto.
DORMINDO COM O INIMIGO
Há muitos supostos aliados que torcem pelo fracasso da campanha da vice-governadora Mailza Assis (PP), para jogarem a candidatura do prefeito Bocalom ao governo na parada. Estão errados em pensar que pelo fato de ser mulher, ela é frágil; a Mailza, não tem como foco (é o que dizem os que a cercam mais de perto) desistir da sua candidatura a governadora. Para ela, pelo que dá para sentir, ser candidata é questão de honra.
PODEM ESPERAR SENTADOS
Os dirigentes do MDB e do PSD podem esperar sentados pelo movimento do senador Alan Rick (UB) em se filiar a uma das duas siglas. Enquanto a federação em formação do PP-União Brasil não for sacramentada e decidir quem será o candidato ao governo, o Alan não deixa o União Brasil e seu Fundo Eleitoral bilionário.
A POLÍTICA GIRA
Na política, um fato pode fazer a roda girar e quem está em cima vir para baixo. É o caso do secretário de Saúde, Pedro Pascoal, que era elogiado por toda a classe política. As mortes de um menino no hospital de Feijó e de uma mulher na Maternidade de Cruzeiro do Sul, jogaram a imagem da sua gestão para baixo. E político nenhum cola sua imagem ao desgaste, por isso as críticas na ALEAC.
A HIPOCRISIA FEDE
O que tem de gente na política que supostamente é aliada ao governo torcendo para que o STJ (julgamento está próximo), torne o governador Gladson Cameli inelegível, não se conta nos dedos. A hipocrisia fede.
NÃO TEM OUTRO JOGO
Os prefeitos do interior, não importa o partido, só vão tomar posição para valer sobre as candidaturas ao governo, depois de ver as pesquisas perto da eleição. Ninguém coloca o pé num barco que pode afundar. E tem mais, nenhum deles vai para a campanha pelo belo palmo de rosto de ninguém, terá que ser cacifado (palavra que quem está na política entende). E, ponto final.
BELO ESPIRRO
Pelo que tenho escutado, a chapa da federação PP-União Brasil e do PSDB-PODEMOS, não vai se manter do tamanho atual previsto. Alguns nomes previstos para essas chapas vão espirrar para a chapa do PL, a ser montada pelo senador Márcio Bittar (UB). Questão de sobrevivência.
NEM NO FUTEBOL
20 clubes das séries A e B não participarão da palhaçada que será nova eleição para a presidência da CBF. O protagonista no futebol é o clube e seus jogadores. Mas, na hora de votar os clubes têm direito a um voto e os cartolas presidentes de federações têm três, numa inversão de valores. O futuro provável presidente da CBF será o presidente da Federação de Futebol de Roraima, Samir Xaud, estado que nunca teve um clube além da Série D. Alguém já disse que o Brasil não é um país sério. Nem no futebol.
O ECOLOGISTA
O governador Gladson Cameli deixou o agronegócio de lado, e na reunião que aconteceu na capital com vários governadores, puxou o discurso da “Economia Florestal”. Só faltou se declarar vegano.
ESPERAVA MAIS
Por ser um empresário, com qualificação, se esperava do deputado federal José Adriano (PP), que tivesse um mandato destacado na Câmara Federal. Até aqui se desconhece um movimento político que seja relevante.
RESOLVEU TROMBAR
Ao que parece, o presidente do PODEMOS, Ney Amorim, resolveu trombar com as lideranças regionais tucanas, e busca costurar em Brasília (onde se encontra), de cima para baixo, o apoio para que assuma no estado o comando da fusão a acontecer entre PODEMOS e PSDB. Distribuiu até um vídeo dos seus encontros em Brasília. Não é um bom caminho deixar de lado o tucanato local.
SEM CONVERSA
“Vamos tocar nossa campanha com o Gladson no canto dele e a gente no nosso”. Frase ouvida ontem de um deputado que apoia a candidatura do senador Alan Rick (UB) ao governo.
FRASE MARCANTE
“Fique quieto e todos pensarão que você é um filósofo”. Ditado latino.