O estado do Acre ocupa a primeira posição no ranking nacional de diagnósticos de autismo, conforme dados divulgados pelo Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo os indicadores, 1,6% da população acreana foi diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA), superando todas as demais unidades da federação.
Logo atrás do Acre aparecem os estados do Amapá (1,5%) e Ceará (1,4%). A análise revela ainda um retrato preocupante das deficiências no estado. No Acre, 7,3% da população declara ter algum tipo de deficiência, sendo as dificuldades de visão (4,7%) e locomoção (2,1%) as mais frequentes. A distribuição por sexo mostra maior prevalência entre mulheres (8%) do que entre homens (6,7%).
A desigualdade racial também se faz presente. Pessoas da cor ou raça amarela (11,7%) e preta (9,2%) registram as maiores proporções de deficiência, enquanto indígenas (4,7%) aparecem com o menor índice. No que se refere ao nível de escolaridade, a realidade é alarmante: 67,1% das pessoas com deficiência não concluíram o ensino fundamental, enquanto apenas 7,3% atingiram o ensino superior, proporção bem inferior aos 18,4% observados entre pessoas sem deficiência.
Outro dado que reforça essa exclusão educacional é a taxa de analfabetismo: 30,71% das pessoas com deficiência no Acre são analfabetas, contrastando com os 9,57% entre aqueles sem deficiência.
Especificamente em relação ao autismo, os números também demonstram diferenciação por sexo e cor/raça. Os homens são mais frequentemente diagnosticados (2,1%) do que as mulheres (1,1%). Entre os grupos raciais, destaca-se a população amarela (2,3%), seguida pelas pessoas brancas (2,1%).