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Defesas avaliam que ex-chefe da FAB foi o mais contundente sobre tentativa de golpe

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
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Com mais de 4 mil horas de voo, metade delas em aeronaves de caça, o tenente-brigadeiro do ar Carlos Baptista Jr., ex-comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), justificou a interlocutores ter sido “cartesiano” e “direto”, como exige a função de um piloto, em seu depoimento sobre a trama golpista.


O ex-chefe da Aeronáutica foi considerado o mais contundente entre as testemunhas ouvidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo sobre a tentativa de golpe de Estado.


Sob reserva, advogados classificaram o depoimento de Baptista Jr. como “definitivo”, um “trator” e o que mais implicou os réus, como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier.

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Na avaliação de defesas consultadas pela CNN, o ex-chefe da Aeronáutica foi firme ao corroborar a delação do ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid, e pontos da investigação policial.


De acordo com essas percepções, o militar detalhou as reuniões sobre a discussão de minutas golpistas com convicção e não hesitou quando questionado sobre a participação de outros réus no processo.


Ao testemunhar, o tenente-brigadeiro do ar relatou ter dito a Bolsonaro que não havia fraudes nas urnas, diante da insistência do então presidente em questionar o resultado eleitoral.


“Aconteça o que acontecer, no dia 1º de janeiro o senhor não será presidente”, disse Baptista Jr. a Bolsonaro, segundo seu depoimento.


O ex-comandante da Aeronáutica também foi enfático ao dizer que o então comandante da Marinha colocou as tropas da Força à disposição para manter Bolsonaro no poder.


Confrontado pela defesa de Garnier, Baptista Júnior reafirmou que as reuniões não eram para discutir apenas base jurídica e disse que não ficou “sabendo à toa que a Marinha tem 14 mil fuzileiros”.


O brigadeiro confirmou ainda que a ideia de prender o ministro Alexandre de Moraes ocorreu durante um “brainstorming” que antecedia uma das reuniões entre integrantes da cúpula militar e representantes do governo Bolsonaro na tentativa de impedir a posse de Lula.


Na oitiva, o militar voltou a repetir que viu o então comandante do Exército, general Marco Antonio Freire Gomes, dizer que, se Bolsonaro levasse o plano golpista adiante, teria que prendê-lo. Na segunda-feira (19), o general disse que não tinha dado ordem de prisão.


À CNN, a defesa de Freire Gomes disse que as divergências são “pontuais” e uma “questão de interpretação”. Porém, que o teor dos acontecimentos são iguais.


Baptista Júnior disse à CNN minimizou as divergências. “Penso que esta diferença está sendo supervalorizada pela imprensa. Não é a parte importante dos nossos depoimentos”, disse.


Como mostrou a CNN, o depoimento do ex-comandante da FAB era o que mais gerava apreensão entre advogados e réus pelo estilo mais duro e direto sobre os fatos.


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