Alexandre, um homem de 42 anos, vive uma rotina marcada por desafios diários desde que, em 2010, sofreu um grave acidente no Ramal do Canil, na capital acreana. Na ocasião, ele foi arremessado para fora do carro e sofreu cinco fraturas graves. Desde então, convive com as limitações e dificuldades impostas pela tetraplegia.
“Depois do acidente, eu passei por um processo de aceitação do que tinha acontecido, e é uma fase muito difícil, muito complicada mesmo. Até hoje ainda tenho assim, às vezes eu acho que não tô vivendo isso. É só um sonho, porque é muito difícil você nascer saudável e, de repente, se encontrar tetraplégico, sem poder fazer o que você fazia antes”, relatou em entrevista ao ac24horas.
Em meio à luta por qualidade de vida, a família buscou, com muito esforço, atendimento no serviço público de fisioterapia. Após três anos de espera, Alexandre conseguiu ser chamado e, ao todo, participou de quatro sessões. Contudo, o acesso ao tratamento sempre foi um desafio, principalmente por depender do transporte público.
Na última vez que tentou ir à fisioterapia, Alexandre viveu mais um episódio de descaso. “Eu acabei chegando na parada de ônibus, em frente ao Armando Nogueira, 14h30 da tarde, e só consegui chegar em casa 18h da noite. Todos os ônibus que passavam, eles paravam, foram seis ônibus que eu contei, que pararam, mas todos estavam com o elevador quebrado.”
Ciente da importância da fisioterapia para melhorar sua qualidade de vida, Alexandre e a família buscaram apoio na Secretaria Municipal de Saúde para ter acesso ao transporte especializado – uma van adaptada que atende pessoas com mobilidade reduzida.
“Aí disseram que, por duas semanas, iam me chamar, porque estava em transição da rodoviária para a OCA. Passaram as duas semanas, eu entrei em contato com eles, e eles alegaram que o novo diretor que estava lá tinha proibido colocar novas pessoas, novos cadeirantes, para fazer o uso da van. E só podia colocar pessoas que não fossem cadeirante”, relatou.
Já se passaram cinco meses desde que Alexandre foi informado que poderia ter acesso ao transporte especializado, mas até agora nada foi resolvido. Sem o apoio do serviço público, ele segue sem realizar fisioterapia, enquanto enfrenta, dia após dia, os desafios impostos pela sua condição e a falta de acessibilidade.
ASSISTA AO VÍDEO:
