O deputado estadual Tadeu Hassem (Republicanos), presidente da Comissão de Orçamento e Finanças da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), defendeu nesta terça-feira, 20, uma discussão profunda e urgente sobre o déficit previdenciário do Estado. Durante entrevista ao programa Boa Conversa – Edição Aleac, o parlamentar afirmou que, sem mudanças estruturais, o sistema previdenciário do Acre pode entrar em colapso até 2031.
“O grande gargalo que você já citou aí, do nosso servidor público é o AcrePrevidência. Nós temos uma situação crítica que os debates acontecem todo ano, mas, na prática não acontece uma mudança, um direcionamento. Nós precisamos resolver. O aumento é exponencial e a previsão, segundo o próprio secretário de Planejamento, Ricardo Brandão, é colapsar em 2030, 2031, se não tiver uma mudança”, alertou Hassem.
O deputado voltou a criticar qualquer proposta de aumento da alíquota de contribuição dos servidores como solução para o rombo previdenciário. “Evidentemente que isso não pode cair no colo do servidor. É impossível a gente falar sobre aumento de alíquota. Isso é nota zero. Ninguém vai ter, eu não aceito essa hipótese”, afirmou.
Ao ser questionado sobre alternativas para o impasse, Hassem defendeu que a solução precisa ser construída de forma coletiva. “Isso tem que ser discutido com toda a sociedade. Isso é um problema existencial. O governo do Acre, por ser um regime estatutário, quando o servidor se aposenta, ele vai para o Acreprevidência e o governo mantém o salário dele e faz novas contratações. Aí a previdência não aguenta”, salientou.
Sobre sugestões como o aumento das alíquotas de contribuição, que já são de 14% no Acre e chegam a até 17% em outros estados, o deputado descartou a ideia, apesar de admitir que há ‘conversas’ nesse sentido. “Eu particularmente sou contrário a essa saída. Eu acho que essa conta não pode ficar no bolso do servidor público, mas essa discussão existe, apesar de que não acho que seja a saída. Nós temos que buscar dialogar e resolver, chega de conversa”, destacou.
Para ele, o cenário é grave e exige soluções técnicas e políticas urgentes. “Estamos no terceiro ano do nosso mandato, e é muito debate, muita discussão, mas, na prática, não está se resolvendo esse problema. Vai colapsar. Isso é um problema existencial. Mas vamos discutir através de debate aqui na Assembleia Legislativa”, finalizou.