A polarização Lula/Bolsonaro continua empurrando o nosso país rumo ao abismo. Isto precisa ter fim
Embora esteja politicamente morto, já que se encontra inelegível e prestes a ser condenado a uma elevadíssima punição, mesmo assim, o cadáver político do ex-presidente Jair Bolsonaro provoca assombrações.
E por que isso acontece? Porque, para os anti-lulistas só tem restado uma única solução, revelar-se bolsonarista, e de igual maneira, para os anti-bolsonaristas, revelar-se lulista. Como nenhum dos dois fez por merecer a honrosa condição de herói, ambos se alimentam e são alimentados pelos seus conseqüentes anti-heroismos.
Numa democracia que minimamente se preza, polarização partidária pode acontecer, a exemplo do que vem acontecendo nos EUA, na qual, apenas dois partidos políticos conseguem eleger seus representantes, particularmente, a presidência de sua República. Cá entre nós, tanto Fernando Collor de Melo, nas eleições de 1989 quanto Jair Bolsonaro, nas eleições de 2018, de última hora, filiaram-se a dois inexpressivos partidozinhos e conseguiram se eleger.
Destas duas experiências, surgiu o que ora vivenciamos: uma polarização política de natureza pessoal. Politicamente, jogamos na lixeira da nossa história uma das mais sábias recomendações do imortal Bertolt Brecht, qual seja: “maldito é o país que precisa de herói”.
A coisa chegou a um nível tal que, quando faço minhas justas e merecidas críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, os seus seguidores me acusam de lulista, e quando as faço ao presidente Lula, de pronto, os petistas me acusam de ter me tornado um bolsonarista.
Se o preço que nós, brasileiros, teremos a pagar para que esta maldita polarização chegue ao fim fosse que nas eleições de 2026, que seus nomes, de ambos, não aparecessem nas nossas urnas eletrônicas, particularmente, me daria por satisfeito.
Aos que me perguntam em quem votei nas eleições presidenciais de 2022, respondo: pela primeira, a despeito de nunca ter nele nas suas múltiplas candidaturas, votei no candidato Lula, pois jamais votaria em Jair Bolsonaro. Lembrei-me do estadista Chuchiil, na 2ª guerra mundial.
Como a minha resposta jamais agradaria os bolsonaristas, recomendo-os que busquem a história para tomarem conhecimento do que aconteceu no auge da 2ª guerra mundial. Dado os avanços das forças do eixo: da Alemanha, Itália e Japão, ou seja, do nazismo, as potências aliadas: França, Inglaterra e dos EUA, chegaram a conclusão que deveriam buscar o apoio da então URSS, comandada pelo Stalin. Aos questionamentos que surgiram da aliança com Stalin: Winston Churchill, respondia: para derrotar o Hitler me alio até com o diabo. Votei no Lula porque jamais votaria no Bolsonaro.