FOTO: SÉRGIO VALE
A Unidade Mista de Saúde de Manoel Urbano, no interior do Acre, enfrenta problemas graves de infraestrutura, higiene e funcionamento. As denúncias constam em um ofício encaminhado à Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) pelo deputado estadual Adailton Cruz (PSB), que aponta riscos à saúde de pacientes e trabalhadores e cobra medidas urgentes por parte do governo.
Entre os principais problemas relatados estão a paralisação das obras de reforma e ampliação iniciadas há mais de dois anos, a inatividade do setor de radiologia, a infestação de pombos nos forros das salas e a falta de condições sanitárias básicas.
A unidade segue com áreas obstruídas por entulhos e materiais de construção, como sacos de cimento, latas de tinta e telhas. Além disso, a estrutura inacabada impede o uso adequado de vários setores, incluindo o de imagem. De acordo com as informações, o equipamento de raio-X permanece encaixotado há cerca de dois anos, sem previsão de uso, por falta de sala adequada e de profissionais técnicos.
A situação sanitária também é alarmante. O deputado, que fez uma visita técnica ao local, aponta que há fezes, penas e restos de pombos em forros de salas de atendimento e laboratórios. A caixa d’água está danificada, com presença de fungos e dejetos ao redor, e o sistema de esgoto apresenta fossas entupidas, esgoto a céu aberto e acúmulo de lama.
O documento enviado pelo parlamentar à Sesacre também denuncia a ausência de estrutura nos banheiros e nas salas de repouso, a falta de segurança patrimonial — com trechos do muro destruídos e sem vigilância funcional — e a insuficiência de ambulâncias. Atualmente, a unidade utiliza uma ambulância branca, sem estrutura para atender casos graves, enquanto a ambulância vermelha segue em manutenção há mais de um mês.
O número reduzido de profissionais de enfermagem é outro ponto crítico. O deputado solicita a contratação emergencial de, pelo menos, dois técnicos de enfermagem e mais enfermeiros para reforçar o atendimento.
No ofício, Adailton Cruz elenca dez medidas prioritárias que devem ser adotadas pelo Estado, entre elas a retomada imediata das obras, o controle da infestação de pombos, a ativação do setor de radiologia e o envio de nova ambulância. Segundo ele, a situação atual compromete o direito da população a um atendimento digno e humanizado.