Foto: Sérgio Vale
O prefeito Tião Bocalom (PL) participou da edição do Bar do Vaz nesta quinta-feira, 15, e abriu o coração e abordou sua história de vida, chegada ao Acre, eleições em Acrelândia e sobre seu segundo mandato, como por exemplo acerca sobre as obras do Elevado da AABB nunca foram paralisadas, e abordou as eleições de 2026.
Bocalom garante ainda na entrevista que as obras do Elevado da AABB estão em andamento, aguardando novas etapas. “Sou macaco velho, aquela obra nunca parou. De má-fé, as pessoas estão produzindo fake news — porque isso sim é fake news. A obra ali nunca parou, Roberto. Não parou porque nós temos recurso próprio para investir, e colocamos esse dinheiro lá. Você sabe disso. Até que se resolvesse o problema das emendas de Brasília, nós já tínhamos colocado dinheiro da prefeitura. A obra nunca parou. O que acontece é o seguinte: acabou o serviço de concreto, está tudo concretado. Agora, eles estão colocando o barro nas cabeceiras. Então, ninguém vai ver operário lá em cima trabalhando com concreto — porque essa fase já foi concluída. Agora estamos esperando chegar as vigas de aço. São vigas de aço. Quando elas chegarem, serão colocadas, e aí sim vem a etapa do concreto por cima, depois o asfalto, para finalizar o projeto. Então, eu considero isso uma grande irresponsabilidade, Roberto. E o problema é o seguinte: essa turma que nos critica. Essa turma que nos critica, Roberto, é a mesma turma que já teve oportunidade de fazer muita coisa — e não fez. É a turma que, na época do transporte coletivo, deixou os ônibus velhos e sucateados. Nunca teve ônibus novo na nossa frota aqui em Rio Branco. Agora, a gente vai ter ônibus novos. Metade da frota, se Deus quiser, a empresa vai comprar para operar, e a outra metade vai ser zero quilômetro. Coisa que eles nunca fizeram. Eu queria que esses vereadores que nos criticam mostrassem uma obra grande que a prefeitura fez na época deles, quando eles mandavam. Porque essa é a mesma turma que comandava há 20 anos. Me mostrem uma obra grande feita naquela gestão. Não tem, não tem. E tem outra coisa: eles tiveram a oportunidade de fazer o que a gente está fazendo — e não fizeram”.
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Tião nega que sua esposa, Kellen Nunes, seja candidata em 2026. “Não, não. Ela precisa me ajudar a cuidar da nossa família, da casa, e já me ajuda como secretária. Tem me dado uma mão grande.”
Bocalom disse ainda que é candidato a prefeito de Rio Branco e não nega que, caso em 2026 seu nome esteja bem avaliado, ele diz que topa o desafio. Porém, se a escolhida for Mailza Assis, ele disse que vai apoiá-la ao Palácio Rio Branco. “Eu sou candidato a continuar a prefeito de Rio Branco e acabar de concluir nossas obras. Esse ano eu quero cuidar de obras, como disse o Gradson, esse ano não é hora de falar em política, é hora de falar em política o ano que vem. Esse ano vamos fazer obras. E é o povo que decide, Roberto. Se lá na frente, de repente, tá o nome do Bocalom, é muito bom para o governo, ganha o governo. Eu sempre estive pronto para trincheira, eu sempre estive. Mas se falar que não é também, que era o poder da Mailza, não tem nenhum problema, nós vamos junto com ela”, declarou, dizendo que gosta de Mailza. “Eu gosto demais dela, é minha amiga pessoal.” Segundo ele, seus candidatos ao Senado da República são Márcio Bittar e Gladson Cameli.
Bocalom mostrou mágoa com o senador Alan Rick. “ele não entrou na minha campanha. Tem até informações que diz que ele não voltou, eu não sei, porque é muita fofoca também”.
Tião Bocalom fez duras críticas ao oposicionista, vereador Éber Machado, na Câmara Municipal. “Ligadinho ao governo da Frente Popular”, ressaltou.
O prefeito explicou acerca do empréstimo aprovado na Câmara Municipal. “A gente está fazendo isso por meio de um programa do Governo Federal, chamado PAC da Eletromobilidade. “As empresas que vão administrar. O que acontece? O Governo Federal abriu o PAC para os municípios, e poucas prefeituras foram selecionadas. Por quê? Porque só as prefeituras que tinham capacidade de financiamento foram incluídas. Fomos convidados a participar do programa para financiamento, e aí eles liberaram mais de 80 milhões de reais só para a gente. Mas nós decidimos gastar apenas 67 milhões, porque temos outras prioridades. Claro que quem vai pagar é a empresa. Só que, quando a prefeitura entra com o financiamento, o prazo para pagamento é maior e os juros são menores. Por isso que a maioria das prefeituras está fazendo o que nós estamos fazendo aqui. “Nós compramos os ônibus em nome da prefeitura. Eles são colocados à disposição das empresas, que ficam responsáveis por dar manutenção e cuidar dos veículos. Entendeu? E com isso, a prefeitura não precisa pagar o subsídio diretamente. Por que a passagem custa só R$ 3,50? Porque ela deveria custar R$ 8,00 hoje. Só custa R$ 3,50 porque a prefeitura paga a diferença. Essa diferença é o subsídio. E esse valor é descontado do orçamento da prefeitura”, comentou.
Bocalom relembra chegada ao Acre e início da trajetória política: “Vim empreender”
O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, explicou ao jornalista Roberto Vaz como aconteceu sua chegada ao Acre, motivada por negócios no setor privado. De forma descontraída, ele compartilhou sua trajetória desde os tempos de professor no Paraná até a vinda para o estado, passando por experiências como empreendedor no Sul e no Norte do país.
“Roberto, essa história é um pouco longa, mas prometo ser breve”, iniciou. “Quando eu morava no Paraná, era professor, mas depois comecei a empreender na iniciativa privada. Abri lojas de materiais de construção, materiais elétricos, máquinas agrícolas… tudo isso começou em 1988, logo que me casei.”
Segundo ele, em 2003 já havia deixado o serviço público para se dedicar exclusivamente aos negócios. “Naquela época, cheguei a ter três lojas e queria abrir uma quarta. Como Rondônia estava em pleno desenvolvimento e muitos paranaenses estavam indo para lá, alguns amigos sugeriram que eu fosse conhecer a região e talvez abrir uma filial.”
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Foi então que decidiu visitar o estado com um amigo, Camila Castanheira. “A gente foi pra Rondônia, e em Ariquemes acertei com um amigo de lá para construir a primeira etapa de um prédio de quatro andares, onde mais tarde eu alugaria um espaço para abrir minha loja.” No entanto, ao retornar ao Paraná, dois dias depois, recebeu uma ligação: “Ele disse que o plano havia mudado. Aí, sem pensar duas vezes, fomos direto para Curitiba, compramos as máquinas de serraria, adquirimos um trator na CBT e voltamos para o Norte com o objetivo de montar uma madeireira em Rondônia. Mas os planos mudaram novamente. “Alguns amigos madeireiros nos disseram: ‘Por que vocês não vão conhecer o Acre? Lá tem madeira boa’. E assim viemos para o Acre.” A chegada em Rio Branco foi marcada por desafios. “Estava chovendo muito na subida do bairro Judia, e o Monza que a gente usava não subia de jeito nenhum. Esperamos a chuva passar e só conseguimos continuar no início da noite.”
Bocalom relembrou que, com a emancipação de Acrelândia, foi chamado para disputar as eleições municipais, tornando-se o primeiro prefeito da cidade. “A turma me procurou. Eu estava chegando do Paraná, tinha vindo só passear. Vim de carro, e quando cheguei na BR-364, rapaz, era só barro, o caminho era ruim até Plácido de Castro. Aí disseram: ‘Você vai ser o candidato do PDS em Acrelândia’. Eu falei: ‘Rapaz, eu não quero mexer com isso’. Foi na pressão. E aí o ‘vermezinho’ da política despertou e eu topei ser candidato em Acrelândia.”
Ele contou que venceu a eleição por uma margem apertada, enfrentando resistência por ser de fora. “Como eu era de fora, o pessoal falava que a gente era forasteiro, paulista, que vinha acabar com o Acre, tomar o Acre, aquela coisa toda. Mas vencemos, mesmo apertado. E a verdade é que foi um trabalho que todo mundo viu como foi. A gente deu rumo para a cidade. Acrelândia é uma cidade planejada, com ruas largas, bem desenhada. Fui o primeiro prefeito. “No começo, não tinha prédio da prefeitura, não tinha nada. Nem câmara, nem sede. A Colônia nos cedeu uma casa velha e fomos desmontá-la para montar a prefeitura. Onde era um salão de baile, botamos a câmara. E assim começamos a construir. E aí foi que o escritório começou”, destacou.
O gestor também reiterou sua visão de fortalecimento do campo, alinhada ao seu lema “Produzir para Empregar”. Ele disse que, durante seu mandato, Acrelândia teve 11 serrarias e 11 marcenarias, além do compromisso com a recuperação de ramais.
“O negócio é o seguinte: tinha muita gente do Sul também, né? Do Paraná, principalmente. E muita gente que era capixaba, do Espírito Santo. Então eu sei por que eles têm amor à terra. O Paraná foi aberto… todas as cidades do Paraná dependem do agronegócio. Então, não tenha dúvida: eu queria fazer uma coisa parecida com o que eu tinha visto no Paraná. Era isso que eu queria fazer ali.”
“E como de fato deu pra fazer, porque a minha preocupação era fortalecer o campo para gerar riqueza, que depois vem para a cidade. Lá não tinha indústria. Apesar disso, no meu segundo mandato, consegui estabelecer 11 serrarias e mais 11 marcenarias. Tanto é que criamos o primeiro distrito industrial, todo programado. Não era nada de irresponsabilidade, tipo ‘vamos transformar isso aqui em campo ou parque’ e tal. Não. A gente sabia de onde estava tirando e por que estava tirando, se era na zona urbana ou na zona rural.”
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O prefeito destacou que foi o único prefeito, à época, a assumir publicamente o compromisso com os ramais. “O BASA chamou vários prefeitos para conversar sobre investimentos. E eu fui o único que garantiu 80 quilômetros de ramais trafegáveis no inverno e no verão. Os outros não quiseram assumir. Eu acreditava que o agronegócio era a solução para a economia local, e o BASA investiu o que pôde lá em financiamento. Isso deu um estímulo muito grande na época”, explicou.
O gestor destacou ainda que sua campanha eleitoral em Acrelândia não teve apoio do PT. “Eu ganhei o material, fui ao posto, paguei o combustível e aí peguei firme na minha campanha. Nós ganhamos a eleição — e ganhamos muito bem na EMA”. Sobre o rompimento com o Partido dos Trabalhadores, Bocalom foi direto: “Ali eu já estava afastado do PT. Na verdade, eu já vinha me afastando dentro do próprio governo. Eu já não estava mais agregado ali, porque eu não acreditava no que eu estava fazendo.”
Ele mencionou especificamente o conceito de “florestania”, política ambiental adotada na época. “Essa história de florestania começou ali, e eu não acreditei naquilo.”
Questionado sobre o conceito, ele foi taxativo: “Totalmente errado. O programa de governo do Jorge Viana, na época, na área produtiva, fui eu quem escreveu, Roberto. Eles não me deram uma linha. Fui eu que escrevi.”
Segundo ele, o plano que havia elaborado previa diversas ações voltadas para o desenvolvimento produtivo: “Lá eu coloquei que a gente ia plantar café, plantar arroz, feijão, soja, milho, algodão, ia plantar de tudo. E também fazer reflorestamento. O plano era um plano perfeito. Ou seja, já era uma proposta que cuidava do meio ambiente, cuidando do meio ambiente, como eu já tinha feito naquele primeiro mandato. Eu comecei a fazer coleta seletiva. Só não deu pra seguir em frente quando consegui o dinheiro pra montar o sistema todinho”, completou.
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