A Justiça Federal aceitou denúncias do Ministério Público Federal (MPF) e tornou réus o ex-secretário de Segurança Pública do Amazonas, coronel Louismar Bonates, o ex-comandante-geral da PM, coronel Airton Norte, e outros nove policiais militares pelo chamado “Massacre do Rio Abacaxis”, ocorrido em agosto de 2020.
A operação policial, realizada entre os municípios de Borba e Nova Olinda do Norte, resultou em oito mortes — incluindo dois indígenas Munduruku e uma família ribeirinha — além de denúncias de tortura, invasões de domicílio e outros abusos cometidos por agentes da Polícia Militar durante a ação “Lei e Ordem”.
Segundo o MPF, os crimes foram motivados por vingança após a morte de dois policiais dias antes da operação. As vítimas teriam sido executadas sem chance de defesa, e os corpos, ocultados ou destruídos.
Os 11 réus responderão por homicídio qualificado, ocultação de cadáver, sequestro e cárcere privado. As ações teriam afetado diretamente comunidades indígenas e ribeirinhas, dificultando o acesso à alimentação e à saúde em plena pandemia.
O MPF pede a condenação dos acusados, a perda dos cargos públicos e o pagamento de R$ 500 mil por família de vítima, como indenização por danos morais.