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Sacrifícios, resiliência e preparação física fazem parte do amor de mãe

Por
Sandra Assunção

No Acre, as mães, filhas e netas são seringueiras, parteiras, extrativistas, ribeirinhas, agricultoras e carregam nos traços indígenas e nordestinos, nas mãos que trabalham e educam, a coragem das mães onças. No Dia das Mães, o que não faltam são histórias de Amor de Mãe, e da força que emerge desse sentimento. A força que leva Marias, Sirleias, Rafaelas a outras a varrer ruas, andar quilômetros, fazer sacrifícios pelos filhos.


O ac24horas traz neste Dia das Mães, três histórias de Mães do Vale do Juruá, que representam a força do amor de mãe.


A primeira é Maria de Jesus, que é auxiliar de serviços diversos e mãe de Gabriel que tem o espectro autista. A segunda é a margarida Sirleia Gomes, que é mãe de oito filhos, e a terceira é Raphaela, que não é mãe ainda, mas está grávida e se prepara com saúde para a chegada da Mariana.


Sirleia Gomes, de 33 anos, trabalha há mais de 10 como Margarida e é facilmente vista varrendo as ruas de Cruzeiro do Sul com sua alegria contagiante. Quando chega em casa, é recebida pelos seus seis filhos biológicos e as duas sobrinhas que ela cria junto com a mãe depois que a irmã foi vítima de feminicídio em 2021.


Sirleia Gomes, de 33 anos, trabalha há mais de 10 como Margarida é e mãe de oito filhos.

“Ser mãe sozinha foi uma responsabilidade grande, muito desafio, porque criar um filho sozinho não é fácil. Educar é a fase que a gente, como mãe, tem a maior responsabilidade do mundo. Essa batalha não só é minha, é da minha mãe também. E ver elas assim, que não tem mais pai, nem a mãe delas no mundo, dói. Quando está chegando o dia das mães, elas ficam sentindo falta desse momento de mãe, de um abraço, de cuidado. Mas eu e minha mãe a gente tenta superar isso tudo com esse nosso amor de mãe”, conta.


Apesar das dificuldades, Sirleia mostra a resiliência natural das mães. Um vídeo dela, dançando durante a limpeza do pós-Carnaval 2024 em Cruzeiro do Sul, viralizou. Ela ganhou o título de Mulher Destaque Cruzeirense pela Câmara Municipal, que reconhece mulheres que desempenham atividades importantes para o desenvolvimento do município.


Maria de Jesus Costa dos Santos, a Djê, de 42 anos, é mãe do Pedro Gabriel, que tem o espectro autista no nível 2. Ele tem 15 e além da escola, frequenta a terapia e é a mãe que o leva para todos esses locais desde que ele tem 2 anos de idade.


Maria de Jesus Costa dos Santos, a Djê, de 42 anos, é mãe do Pedro Gabriel, que tem o espectro autista no nível 2

“Ele não consegue ir sozinho para a escola e não consegue voltar sozinho. Aí eu vou pegar ele na escola e trago lá para a prefeitura onde eu trabalho. Enquanto ele fica estudando, eu fico fazendo os meus afazeres e de vez em quando eu vou lá, dou uma olhadinha se ele está conseguindo fazer a tarefa. Quando termina o expediente, vai todo mundo para casa e no dia seguinte começa a rotina novamente. Se meu trabalho não me permitisse eu sair pra ir buscar e deixar na aula e na terapia eu teria que parar de trabalhar, mas graças a Deus dá tudo certo”, conta ela.


Raphaela Barbary, de 35 anos, grávida de 8 meses

E tem quem ainda não é mãe e se prepara da melhor forma, para ser, como a fotojornalista Raphaela Barbary, de 35 anos, grávida de 8 meses, que segue fazendo musculação na academia. À espera de Mariana, ela também segue fazendo viagens para as áreas rural e ribeirinha dê Mâncio Lima, onde ela vive com o marido.


“Eu já pratico atividade física a mais de 10 anos. Quando engravidei minha obstetra, a médica Walesca Ribeiro liberou para seguir com os treinos de musculação com acompanhamento profissional. Minha Personal é a Cristina Antunes e treinamos na Academia Japiim em Mâncio Lima. Minha gravidez foi planejada em cada detalhe e eu sempre quis seguir com as atividades físicas para manter a saúde, é um período que nós mulheres ficamos vulneráveis, sensíveis, e a musculação é essencial para auxiliar nesse período. Ela ajuda a melhorar a postura, aumentar a resistência, reduzir o risco de diabete gestacional, melhora a circulação e aliviar dores nas costas, que são comuns nessa fase. Além disso, o fortalecimento muscular pode facilitar o trabalho de parto e a recuperação pós-parto”, pontua.



 


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Sandra Assunção