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Sem respostas

Por
Narciso Mendes

Quem veio primeiro: o ovo ou a galinha?


Quando o nosso aparato policial e jurídico menos esperava, eis que surgiu uma nova modalidade de escândalo. Nada a se estranhar, afinal de contas, os escândalos que já surgiram e os muitos que haverão de surgir, são projetados e postos em ação sem sequer as nossas autoridades tomarem conhecimento, menos ainda, de suas ousadias.


Presentemente, eis que surgiu mais um escândalo, o do INSS. Ora, com um orçamento superior a um trilhão de real por ano, repito: um trilhão e não um bilhão, com tanta dinheirama jamais faltariam as presenças e as ambições das inúmeras quadrilhas que buscariam se apropriar de tão apetitoso e extravagante volume de recursos.


Em se falando de escândalos, apesar das previsões e dos avisos que vieram a público, não tardará para que um desses escândalos, o das emendas parlamentares aos nossos orçamentos públicos venha explodir, sobretudo porque, os seus únicos beneficiários são os próprios parlamentares, particularmente, os nossos senadores e deputados federais.


Em sendo da competência e da responsabilidade do nosso Congresso Nacional o estabelecimento das leis que privem o surgimento de novos escândalos, eis que surgiram as tais emendas parlamentares, moralmente injustificáveis, porém aparentemente legalizadas, afinal de contas, uma dessas leizinhas de ocasião deu-lhes cera legalidade. Tanto deu que as tais emendas já se fazem presente nas Assembléias Legislativas das nossas 27 unidades federais e em várias das nossas 5.560 câmaras municipais.


Voltando ao escândalo do INSS. Se dispondo de tanta dinheirama, por certo, todos os olhares e todas as atenções dos fraudadores de recursos públicos, não apenas se prepararam para assaltá-lo, como escolheram a melhor forma de procederem, no caso, a de colocarem a disposição dos próprios beneficiários do INSS, prometendo ajudá-los a enfrentar os seus mais diversos e comuns obstáculos.


Ainda bem, embora que muito tardiamente, o escândalo do INSS veio à tona, e por certo, aos moldes que vinha sendo aplicado, terá chegado ao fim, entretanto, para que possamos comemorar como tendo tido um final feliz, não devemos politizá-lo, até porque, a forma como os beneficiários do INSS vinha sendo prejudicados, já se arrastava há bastante tempo.


Para tanto, não basta que o INSS reponha aos seus beneficiários os “quinhãozinhos” que lhes foram roubados, mas sim, que os autores de tão monstruosa roubalheira, segundo consta, mais de R$-6,00 bilhões, sejam severamente punidos, do contrário e tendo como alvo, o próprio INSS voltará o ser objeto de cobiça de nossos esquemas.


O esquema do INSS não surgiu de repente, e sim, há bastante tempo, feito o ovo e a galinha. Daí a pergunta: qual dos dois nasceu primeiro?


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Narciso Mendes