Com aumento da pauta do boi, pequenos criadores enfrentam mais dificuldades no transporte e na venda dos animais
Nem berrante, nem peões em trechos longos conduzindo a boiada. A rotina do pequeno pecuarista do Acre, muitas vezes, é ruminada dentro de um batelão, guiada pelo barulho do motor.
Ali, entre um extremo ao outro do barco, o sonho de se tornar um grande pecuarista, com caminhonete do ano e feiras agropecuárias com artistas famosos e leilões caros, vai sendo embalado pela monotonia da água barrenta. Pendurado, o radinho, agora recarregado na energia elétrica e feito na China, traz as canções de sempre.
No rancho para sustentar a fome do corpo, regado a calabresa, arroz, feijão e uma cachacinha para abrir o apetite, o pecuarista vai servindo também a bezerrada com uma silagem acomodada em sacos azuis grossos para suportar calor e chuva. Muita chuva ao longo do Purus. “É para aguentar o repucho de três dias descendo esse riozão danado”, diz.