Um trote mobilizou, na manhã dessa quarta-feira, 7, uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Rio Branco, que percorreu mais de 50 quilômetros até a BR-364, sentido Porto Velho, para atender uma ocorrência que não existia. A ligação com pedido de ajuda informava que um casal, supostamente em uma motocicleta, havia sofrido um acidente e estava caído na pista, necessitando de socorro imediato. O chamado foi um trote.
A ligação foi recebida por volta das 7h na central de regulação do Samu. Segundo o relato do autor da ligação, que se mostrou nervoso durante a chamada, ele teria presenciado o acidente nas proximidades do posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e estava a caminho do local para buscar ajuda.
Uma unidade de suporte básico foi imediatamente acionada. Antes disso, uma motolância, motocicleta adaptada que tem a função de chegar rapidamente para prestar os primeiros socorros antes da chegada de uma ambulância, foi enviada na frente. Durante o deslocamento, o condutor da motolância, o técnico em enfermagem Senilton Teixeira, sofreu um acidente de trânsito, sem gravidade.

Senilton Teixeira, condutor da motolância saiu ileso no acidente.
Chegando ao ponto indicado, a equipe do Samu não encontrou nenhuma ocorrência. A viatura percorreu, ainda, trechos adicionais da rodovia em busca de vestígios, até confirmarem que se tratava de um trote.
Além da distância percorrida em vão, o trote comprometeu temporariamente a disponibilidade do serviço de urgência, impactando o tempo-resposta em outras situações reais. Para o médico Frank Mariscal, o episódio representa não apenas prejuízo financeiro, mas também um risco à vida da população.
“O maior prejuízo é para quem realmente precisa do atendimento e ficou sem uma das viaturas por um período significativo. Alguém poderia ter sofrido algo sério, como ocorreu com o nosso colega Senilton, que acabou se envolvendo em um acidente durante o atendimento de uma ocorrência inexistente”, afirmou.