O promotor de Justiça Efraim Mendoza, do Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), avaliou como positivo o primeiro dia de audiência de instrução e julgamento do caso que apura a morte da cantora Nayara Vilela. A sessão ocorreu nesta quinta-feira, 8, no Fórum Criminal de Rio Branco.
Segundo Mendoza, as testemunhas de acusação ouvidas até o momento confirmaram pontos fundamentais da denúncia apresentada pelo MPAC. “As testemunhas estão confirmando os principais elementos que o Ministério Público buscava, como o tipo de tratamento que a vítima era submetida, interrompido por influência do acusado”, declarou.
O promotor destacou que o acusado teria adotado um comportamento misógino e machista, utilizando adjetivos pejorativos com o objetivo de diminuir a vítima. Ele também mencionou que, de acordo com três depoimentos, as armas do acusado eram deixadas em locais acessíveis à vítima, inclusive municiadas e sem trava de segurança.
Mendoza afirmou ainda que as declarações prestadas pelo acusado durante a fase policial reforçam a acusação, mesmo que haja eventual tentativa de mudança da versão dos fatos durante a audiência. “Por mais que amanhã ele venha a negar aquilo que confessou extrajudicialmente, esse interrogatório tem valor”, pontuou.
Sobre os próximos passos do processo, o promotor demonstrou otimismo em relação à pronúncia do acusado. “Estamos confiantes de que ele será pronunciado com base nos elementos apresentados. Caso isso não ocorra, o Ministério Público irá recorrer. Se for pronunciado, a defesa também deverá recorrer, e, após o trânsito em julgado, o caso seguirá para julgamento pelo Tribunal do Júri, que é o nosso objetivo final”, explicou.
Em relação à possível pena, Mendoza destacou que a legislação prevê reclusão entre 12 e 30 anos para crimes de feminicídio. “Estamos buscando uma pena justa. Sabemos que ainda há um longo caminho, é um processo difícil, mas seguimos firmes na luta por justiça”, concluiu.