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Pra lá e pra cá

Por
Narciso Mendes

Independente do seu caráter, no nosso país, para ser acusado de corrupto, basta se adentrar na política


Quantas vezes o atual presidente Lula já foi acusado de corrupto, e não raramente, numa linguagem ainda mais rasteira, de bandido e ladrão? Quantas vezes o ex-presidente Jair Bolsonaro, e por extensão, os seus filhos, já foram acusados de antidemocráticos, ladrões e genocidas?


Pior ainda, tais acusações são feitas, e na grande maioria, nas tribunas das nossas próprias casas parlamentares, inclusive, nas do nosso próprio Congresso Nacional, portanto, tornadas públicas pelos nossos senadores, e ainda pelos nossos mais exaustados deputados federais.


Como as acuações se dão de lá pra cá e de cá pra lá, e de forma bastante frequente, para a grande maioria de nossa população só nos tem restado a seguinte conclusão: ser político ou pretender ser, em nosso país, de antemão, precisa aceitar as piores adjetivações.


As próprias pesquisas de opinião pública, particularmente, as dos nossos mais acreditados institutos, revelam que não apenas os nossos atuais detentores de mandatos eletivos, sim e também, aqueles que ensaiam disputar as nas eleições de 2026, já começam a ser acusados, no mínimo, de pretender engrossar as fileiras da corrupção.


De mais a mais, eis que veio a internet. Infelizmente, para desgraçar tão extraordinário avanço tecnológico, em particular dos nossos meios de comunicação, as nossas chamadas redes sociais foram assaltadas pelos diversos bandos de blogueiros, a grande deles, prontos e preparados para exaltar quem os remuneram e para difamar, injuriar e caluniar àqueles que foram escolhidos para serem transformadas em vítimas.


Moralmente, a nossa classe política encontra-se no fundo do poço, e se não for dado um basta nisto, reporto-me as irresponsabilidades dos tais blogueiros, para abaixo do fundo do poço, só restará a nossa classe política caminhar rumo ao seu volume morto.


Trocar acusações do tipo: eu sou honesto e você é ladrão ou, meu candidato é honesto e o seu é ladrão, é o que mais se tem ouvido nas nossas últimas campanhas eleitorais, sobretudo, após o acirramento da nociva polarização Lula/Bolsonaro.


Eleição não é para se escolher os candidatos mais honestos, tampouco excluir os mais desonestos, até porque, esta não é uma missão dos eleitores, e sim, da nossa justiça eleitoral. À propósito, entre os vários países do mundo o nosso país é um dos poucos que dispõe de uma justiça e dotada de poderes para evitar que candidatos desonestos participem dos nossos processos eleitorais.


Candidatos que apelam para suas honestidades, honestos não são, até porque, ser honesto não é o bastante para determinar candidaturas.


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Narciso Mendes