A Polícia Civil fará uma força-tarefa em Cruzeiro do Sul e Tarauacá contra a violência sexual, abuso e exploração de crianças e adolescentes. As delegacias especializadas dos dois municípios contarão com reforço.
Em Cruzeiro do Sul, uma equipe extra chegou nesta quinta-feira, 8, e ficará durante 12 dias, liderada pelo delegado Roberto Lucena. “É uma diretriz da Direção Geral da Polícia Civil, de dar apoio ao combate a esses crimes sexuais contra os vulneráveis. Nós vamos passar, então, pelas delegacias de Cruzeiro do Sul e Tarauacá fazendo um trabalho de reforço e dando preferência ao estupro de vulneráveis”, concluiu Lucena.
De acordo com o delegado titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher e de Proteção à Criança e ao Adolescente de Cruzeiro do Sul, Venicius Almeida, o reforço permitirá mais atenção aos casos diários e à demanda represada.
“Muitos casos chegam aqui todos os dias. Então, com o intuito de dar vazão a solução desse tipo de crime, principalmente o estupro de vulnerável, a direção de polícia civil enviou aqui uma equipe completa com delegado, escrivão para poder nos ajudar a diminuir esse número aqui. Não só esse número que chega diariamente mas principalmente com relação àquela demanda represada que havia aqui na delegacia. Nesse exato momento despachamos aqui, uma situação de que avô abusava da própria neta. Então infelizmente é algo que ocorre geralmente no âmbito familiar. São casos muito difíceis, porque engloba uma violência psicológica tremenda. Isso é algo que impacta a vida da criança para o resto da vida. Então é muito triste a gente ver situações em que pai, padrasto, avô, primos abusam dessas crianças e não têm a menor noção do impacto que vai acontecer para o resto da vida dessa pessoa. Essa pessoa fica extremamente prejudicada o resto da vida, então essa é a razão da gente reprimir de forma contundente esse tipo de conduta”, conta.
O delegado destaca ainda alguns sinais que os pais devem ficar atentos com relação ao comportamento dos filhos. “São diversos sinais que a criança começa a apresentar ao ser abusada. Ela fica reclusa. Tive um caso aqui de perda de cabelo da criança, crise de ansiedade, isolamento. Isso pode ser percebido pelos familiares, pela direção de escola. Professores que têm obrigação de nos contar, de procurar ajuda, porque muitas vezes essa criança não consegue externar por vários motivos, seja medo, seja receio de não ser acreditado aquilo que ela vai falar. É extremamente necessário que familiares fiquem atentos com relação a esse tipo de sintomas e procurem ajuda, seja na polícia civil, seja no Ministério Público, de qualquer maneira que seja”, enfatiza.