Em discurso no plenário do Senado Federal, o senador Marcio Bittar (União Brasil) criticou duramente nesta quarta-feira, 07, a aprovação do projeto que aumenta em 18 o número de cadeiras na Câmara dos Deputados. A matéria, aprovada na terça-feira, 06, será analisada pelo Senado.
No vídeo, Bittar já adiantou que votará contra a proposta, alegando o impacto financeiro e a perda de representatividade dos estados menores, especialmente da região Norte.
“Eu quero apenas deixar claro que eu sou contra o aumento aprovado na Câmara Federal ontem da bancada federal, por dois motivos. O primeiro, que não é menos importante, porque está aumentando em milhões de reais uma despesa, aumentando 18 cadeiras de deputado federal, no momento em que o Brasil todo está em crise. A carestia chegou nos lares brasileiros, portanto, não é hora de aumentar o número de cadeiras aumentando uma despesa, ponto”, observou.
Bittar também alertou para o efeito colateral da medida, que segundo ele prejudica diretamente o Acre, o Amapá e Roraima. Com a redistribuição das cadeiras, esses estados, que já possuem uma representação reduzida no Congresso, perderiam proporcionalmente ainda mais peso político em decisões nacionais.
“Eu, como acreano, eu não posso votar num projeto que diminui proporcionalmente o peso do Acre, de Roraima e do Amapá. Nós, do Norte brasileiro, temos leis draconianas. Tudo que a gente quer fazer naquela região, não pode. Não pode fazer estrada, não pode fazer ponte, não pode explorar nada. Por isso, nós somos a região mais pobre do Brasil”, argumentou o senador.
Em sua fala, Bittar comparou a situação do Acre a outros estados da região que, segundo ele, contam com algum tipo de compensação econômica. Ele citou Rondônia, Amazonas e Pará como unidades da federação que, apesar das mesmas limitações ambientais, conseguiram desenvolver atividades econômicas relevantes.
“Rondônia avançou em um terço do seu território, tem um agronegócio forte. O Amazonas, que também responde às mesmas leis ambientais que nós, tem a Zona Franca de Manaus. O Pará tem uma forte atividade econômica, por exemplo, em extração mineral, coisa que nós não temos. Então, os três estados do norte brasileiro mais prejudicados e que não têm nenhuma compensação é o meu estado, o vosso estado e o estado do presidente Davi Alcolumbre”, relatou.
Ao concluir, o senador reafirmou seu compromisso com os interesses do Acre e disse que irá trabalhar contra a aprovação do projeto quando este chegar ao Senado Federal.
“Portanto, eu não posso nunca votar a favor de um projeto que vai diminuir ainda mais proporcionalmente o peso da representação que os nossos estados têm. Quero deixar claro hoje que vou votar e trabalhar contra o projeto que a Câmara ontem aprovou, apertada a votação, mas aprovou, e ela vem para o Senado. Portanto, queria deixar aqui claro a minha posição”, encerrou.
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