Nenhum dos 46 presidentes dos EUA teve que enfrentar um processo de impeachment
Nada mais traumático, isto porque, nada mais preocupante quando o presidente de uma República que minimamente se cuida e se preza precisa enfrentar um processo de impeachment.
Nos EUA, em seus quase 250 anos de regime democrático, apenas o então presidente Richard Nixon se viu seriamente ameaçado de enfrentar um processo de impeachment. Porém, ao renunciar o seu mandato, o seu processo sequer chegou ao fim. Qual o crime que ele havia cometido: tentativa de impedir as investigações do caso “Watergate”, uma conspiração que envolvia e favorecia sua própria reeleição.
Presentemente, no exercício do seu 2º mandato, ainda nos seus primeiros 100 dias de gestão, ou mais precisamente, de sua inequívoca má gestão, seja pelo que já fez e muito especialmente, pelo que vem prometendo fazer, no meu modesto entender, o presidente Donald Trump já está correndo o sério risco de enfrentar um processo de impeachment, e sendo ele quem é a própria democracia dos EUA será posta à prova.
Ao se indispor com os seus únicos dois vizinhos, o Canadá e o México, o presidente Donald Trump tem sido bastante agressivo, afinal de contas, brigar com vizinhos, jamais produziu bons resultados, e quando ele chegou a dizer que o Canadá, para melhor ser tratado, deveria se transformar no 51º estado da federação americana, convenhamos, agressão maior não existiria, tendo o Canadá a importância que tem até no contexto mundial.
Ao pretender retomar o controle do Canal do Panamá e retirar a Groelândia do controle político da Dinamarca, nada mais agressivo. Entretanto, ao afirmar, de viva voz, que neste seu 2º mandato presidencial, ele não só iria mandar nos EUA, sim e também, no restante do mundo, todos os limites do politicamente imaginado já foram ultrapassados.
Sem dúvidas, com tais comportamentos, ou mais precisamente, pelos seus maus e equivocados comportamentos, Donald Trump pretendia mandar alguns recados para a China, justamente o país que com quem os EUA disputam a hegemonia mundial, particularmente, no que diz respeito as suas respectivas economias e os seus avanços tecnológicos.
Com seus tarifaços, ao invés do presidente Donald Trump ampliar os poderes para além das fronteiras dos próprios EUA, o resultado tem sido outro, diametralmente oposto ao pretendido.
A provar que sim, a própria Europa, tradicional aliada dos EUA, diga-se de passagem, numa aliança que vem desde o final da 2ª guerra mundial, na medida em que os EUA vêm se isolando do restante do mundo, na mesma proporção os países vitimados pelos tarifaços impostos pelo presidente Donald Trump estão buscando aproximação com a própria China.