“Nós dois [eu e Nicolau] temos confiança do governador, mas só um pode ser candidato”, diz Mailza sobre garantia de ser “Plano A”

Por
Saimo Martins

A edição do programa Bar do Vaz entrevistou, na tarde desta terça-feira, 6, a vice-governadora Mailza Assis (PP), que abordou diversos temas importantes, entre eles seu plano de gestão de governo, a manutenção do secretariado, a relação com o governador Gladson Cameli, além de defender um trabalho diferenciado na zona rural do Acre.


Assis destacou que, desde que assumiu o Senado da República, sempre visitou as comunidades isoladas do estado. Segundo ela, caso assuma o governo no próximo ano, deverá fazer um trabalho diferenciado na Vila Redenção, como a construção de uma pista de pouso na região. Além disso, ela mencionou as dificuldades vivenciadas pela comunidade.


“Sobrevivem daquilo que eles plantam. Mas tem coisa como, né? De todo lugar, você precisa comprar. E a logística é muito difícil, por conta exatamente do rio. Não tem estrada, você vai de avião, mas a pista lá é muito ruim, não pousa avião com mais de três pessoas, por exemplo. E o rio não é trafegável, não é porque ele tem cachoeiras. Então, boa parte do tempo do ano, eles vão, aí quando chegam nas cachoeiras, eles precisam descer, desembarcar, carregar o barco. Isso dificulta muito. Agora não, a gente conseguiu chegar até lá com o barco, mas daqui pra frente o rio vai secando e vai dificultando. Agora você deve ter tido, nessa viagem que você fez, um caderninho. Precisamos construir uma pista de pouso. Exatamente, porque se acontece algo lá, mesmo quem precisa ir rapidamente, não consegue. Mas agora, por exemplo, não tem como você ir e voltar no mesmo dia. Você precisa pernoitar, você precisa ficar, ter pelo menos dois dias para ir e voltar. Então a pista é fundamental. A parte de estrutura da vila já foi muito bem, está muito bem organizada”, declarou.


Durante a entrevista, o apresentador Roberto Vaz fez um pedido para Mailza para que ela melhore as condições da Rádio Difusora Acreana, e ela se colocou à disposição. “A parte que é para falar exatamente disso, do plano deles, de como está a vida deles, enquanto salário, enquanto projeto de trabalho mesmo, e também as estruturas. A gente teve um grande avanço. O governo do estado investiu muito nas rádios, na Rádio Difusora, inclusive com equipamentos. Eu destinei recursos para a Rádio Difusora e foram comprados equipamentos novos pelas minhas emendas, exatamente, R$ 800 mil reais, que inauguramos há pouco. Equipamentos de ponta, equipamentos bons, reforma das estruturas, dos prédios. E é uma rádio que nos representa muito, principalmente no nosso estado. Claro, o governo já está fazendo, já melhorou muito as condições da Rádio Difusora e também dos seus funcionários, mas a gente pode fazer muito mais.”


A gestora garantiu na entrevista que na sua gestão deverá primar pelos direitos da população, tanto na zona urbana como rural. Assis disse que é fundamental um olhar especial na manutenção dos ramais dos ribeirinhos, principalmente para o escoamento da produção e assistência técnica.


A vice-governadora ressaltou, no decorrer do programa, que sua candidatura à reeleição ao governo é legítima, devido ao trabalho prestado ao Acre. “Para ser uma candidata, para concorrer à eleição ou para continuar o mandato. Na minha visão, é o trabalho, é a boa política, a ética, a lealdade, a fidelidade, o compromisso, o comprometimento, o que você tem com o poder público, por exemplo. Então, às vezes eu questiono, o que vai validar mais mandatos? Eu estou no meu segundo mandato, serviço prestado eu tenho, representei bem o meu estado, consegui trazer recursos e propor projetos que valorizassem o Acre. Você tem lealdade ao seu partido? Lealdade é meu partido, trabalhei por ele, ajudei a construir, ele cresceu. Estou ao lado do governador, não tenho causado nenhum atrapalho, minha candidatura é legítima, natural, porque eu sou vice. Então, se eu não estou passando na frente de ninguém, não estou tirando direito de ninguém, é algo que eu tenho como direito, como normal. Que eu consiga apresentar o meu projeto de trabalho, apresentei como senadora, apresento junto com o governador como vice-governadora e posso apresentar como governadora. Então, se for avaliado o meu trabalho, a minha postura, como eu tenho encarado a política, como eu tenho feito política, eu acho que isso deveria ser o principal ponto a ser avaliado.”


Ela garantiu ainda que tem total respeito do governador Gladson Cameli em relação à sua candidatura à reeleição ao governo no ano que vem. “O Gladson tem me respeitado muito, tem me tratado com dignidade, respeitado o meu lugar, a nossa parte. A parceria vem de tempos, desde o meu primeiro mandato como senadora da República, que assumi como suplente dele. Nós temos trabalhado muito juntos. Apesar de todas essas especulações, de todas essas questões que são trazidas para o debate, a gente tem se dado muito bem. Eu tenho respeitado o mandato dele, a liderança dele, que ele tem, e tenho também me comportado, reconhecendo o meu lugar, sabendo me comportar como vice-governadora. E, acima de tudo, respeitado a população. Eu ando nas ruas todos os dias, eu conheço todos os municípios do nosso estado, conheço as dificuldades e ouço as pessoas. Eu não tenho nenhuma avaliação desprezível do povo para mim. Então, isso me encoraja e eu estou pronta para fazer esse desafio.”


Questionada sobre não estar pontuando com dois dígitos nas pesquisas, Assis disse que não está preocupada com os números, que para ela não são definitivos, tendo em vista que ainda não está próximo das eleições de 2026. “Primeiro, eu estou focada no trabalho. Eu não estou em campanha, articulando tudo, pensando na minha eleição, na minha candidatura. Até porque, quando você trabalha, a sua condição de ter uma candidatura é natural, né? Vem naturalmente. Então o foco é no trabalho. Mas, claro, eu não considero números porque nós estamos a dois anos da eleição, praticamente. E todo mundo sabe, quem costuma passar por essa pré-campanha, por essas especulações que antecedem a campanha, sabe que os números não são definitivos há um ano e meio ou dois anos de uma eleição”, destacou.


Sobre a disputa interna com o presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Acre (Aleac), deputado estadual Nicolau Júnior, Mailza disse que apenas um poderá ser candidato ao Palácio Rio Branco. “Nós dois temos o reconhecimento da parte do governador, mas só pode ter um candidato, e eu me firmo no trabalho. O que nós estamos fazendo para estar hábil ou habilitado para conduzir o Estado? Eu estou trabalhando, estou me firmando no que eu ouço da nossa população, nos anseios da população, e o governador sabe a minha postura, sabe o que eu penso, sabe como eu lido com as situações e eu deixo ele sempre a par dessas decisões. E ele sabe também o que eu posso fazer pelo nosso Estado, a continuação que eu posso dar ao nosso grande projeto, do qual o Nicolau faz parte, né? É um deputado, é presidente da Assembleia, é do mesmo grupo, é do mesmo governo, do mesmo partido. Então, acho que a gente precisa unir forças”, defendeu.


Assis ainda ressaltou seus planos para governar o Estado do Acre nos nove meses de 2026. “Nós temos um plano de governo em execução. O que dá certo, o que vai bem, precisa ser potencializado. A gente precisa alcançar o máximo de resultado possível nesse tempo. Então, nós temos obras, nós temos projetos de governo, a nossa agenda de 10 anos, que tem pautas ou necessidades primordiais e que nós podemos avançar muito. Então, o meu plano é seguir trabalhando, concluir as obras, procurar entregar o melhor possível à nossa população, desenvolver os trabalhos sociais, que eu acho que são fundamentais. É trabalho para cuidar das pessoas e a gente precisa fazer jus a isso. Então, nós estamos com uma forte frente de trabalho buscando garantir o direito das pessoas e levar assistência àqueles que mais precisam e, paralelo a isso, desenvolver os projetos que já foram planejados para essa gestão: de obras, de melhoria na educação, de uma agenda do meio ambiente, que é necessária e precisamos, e de saúde, que ainda é a nossa pasta mais complexa — e não é só no Acre, no Brasil inteiro. Então, a gente precisa se debruçar nessas políticas, nessas secretarias, principalmente na educação, saúde, segurança pública, que é um assunto do momento e que a gente precisa muito discutir. Mas as entregas estão sendo feitas. E o meu propósito é, claro, cada vez mais a gente conseguir fazer a entrega daquilo que nós planejamos lá atrás”, explicou.


Assis garantiu que, sobre a manutenção do secretariado, ela tem o mesmo grupo do governador Gladson Cameli. “Temos um grupo, temos um projeto. Entendo que o grupo do governador Gladson é o meu grupo. Essa base que está formada, eu já me sinto parte dela”, assegurou.


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Fotos: Sérgio Vale



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Saimo Martins