Enquanto piada a nossa legislação político-eleitoral tem se revelado de muito mau gosto
Pelo número de partidos políticos existentes no Brasil, sejam em qualidade, quantidade, propósitos e despropósitos, a grande maioria deles sequer poderia dizer que falam em nome do povo. Enfim, de que povo?
Para além dos nossos partidos, muitos deles sequer dispõem de um único representante nas nossas esferas de poderes, nem no executivo e nem no legislativo, ainda assim, nas nossas Casas Parlamentares, em particular, no nosso Congresso Nacional, vamos encontrar representantes de mais de 20 partidos políticos, uma verdadeira farofada.
Na presidência da nossa República, nos governos das nossas 27 unidades federadas e nas nossas 5.560 prefeituras, muitos até já conseguiram se eleger surfando em determinadas ondas, sendo a mais recorrente delas, o combate a corrupção. Lembrem-se da vassoura de Jânio Quadros e a do “caçador de marajás. Nestes casos, nem o nome do partido aos quais pertenciam sequer eram citados.
Fernando Collor de Mello chegou à presidência da nossa República filiado a um trambolho apelidado de PRN e Jair Bolsonaro filiado a outro, o nanico PSL. Isto, politicamente falando-se, não passa de uma piada?
Nos EUA, apenas dois partidos políticos se fazem presentes no seu Senado e na sua Câmara de Deputados. Presentemente, 53 senadores pertencem ao partido republicano e 47 ao partido democrático. Ao término do mandato do então presidente Joe Biden este placar era de 50 senadores para cada um dos partidos acima referidos. O senado dos EUA é composto por 100 senadores.
Aqui no Brasil, o nosso Congresso Nacional é composto por integrantes de mais de 20 partidos políticos distintos, desta feita compondo o que muito oportunamente poderíamos chamar de uma anarquia partidária, até porque, desta nociva mistura surgiu o chamado presidencialismo de coalizão e suas recorrentes e esperadas negociatas.
Quem razoavelmente entende a importância dos partidos políticos, não seus preços, e sim, seus valores, não pode se sentir satisfeito com a nossa bagunça partidária e em decorrência, da nossa frágil democracia.
Não apenas o hoje presidente Lula, mas todos os presidentes que lhes antecedera tiveram que se submeter às caprichosas barganhas partidárias arquitetadas pelo nosso Congresso Nacional.
Como Fernando Collor de Melo e Dilma Rousseff decidiram bater de frente com as tramóias partidárias, acabaram impichados, e isto porque, no presidencialismo de coalizão não vale o que está escrito, nem mesmo na nossa constituição, e sim, o toma-lá-dá-cá, isto porque, na nossa atividade político-partidária prevalece à máxima: “e dando se recebe”.