Nesta sexta-feira, 02, o Boa Conversa trouxe um apanhado dos principais movimentos políticos no Acre e no cenário nacional, com destaque para a indefinição nas alianças locais, embates no parlamento e investigações sobre recursos públicos. O programa foi comandado pelo apresentador Marcos Venícios, com os comentários do jornalista Itaan Arruda.
De acordo com reportagem do jornal O Globo, as direções nacionais de União Brasil e PP devem intervir diretamente na escolha das candidaturas nos estados. No Acre, o reflexo disso pode ser imediato. Atualmente, o PP tem colocado a vice-governadora Mailza Assis como candidata à sucessão do governador Gladson Cameli, enquanto o senador Alan Rick (União Brasil) busca ser o candidato da federação.
“Essa retórica do Alan em relação à pesquisa, e de que isso vai fundamentar a decisão do partido, acho que não para em pé”, disse Itaan Arruda.
“Eu não vejo o Alan nesse barco, e nem esse grupo que está no poder se vê no governo dele. Ninguém. O Alan nem faz questão de sinalizar isso, e talvez esse seja o maior calo dele. Ele tem um jeito muito diferente do Gladson. Eu vejo o Alan desidratado, mas não descartado. A situação dele me lembra o Marcus Alexandre, que começou bem, mas foi desidratando, e o Alan nem tem a vantagem que o Marcus tinha naquela época”, afirmou Marcos Venícios.

Foto: Whisley Ramalho
O programa abordou ainda a fala da vice-governadora Mailza Assis (PP), que não vê o deputado estadual Nicolau Júnior (PP) como um concorrente ao governo: “Ele vai votar em mim”. Nicolau respondeu que “não tem problema nenhum em votar na Mailza”, mas deixou escapar que a palavra final será do governador Gladson Cameli.
“Eu não vou calcular nem a sinceridade, mas o fato é que, entre Nicolau e Mailza, o fator fidelidade ou proximidade é um fator menor. Talvez estejamos diante de um que fala ‘sim’ e outro que fala ‘sim, senhor’. O que vai diferenciar Nicolau e Mailza? É o desempenho. O governo Gladson está fazendo com a Mailza algo que eu nunca vi ninguém fazer, nem o Jorge Viana, quando escancarou o governo pro Angelim ser candidato a prefeito. Nem naquela época o governo foi tão escancarado para uma liderança como está sendo em relação à Mailza. O Gladson está dizendo pra ela que o governo é dela”, pontuou Itaan
“Ela é uma liderança, mas não tem simpatia, não consegue emplacar uma postura como se fosse uma liderança efetiva. E eu acho que isso é algo que o Gladson vai dizer lá na frente, mas vai mostrar a pesquisa que coloca ela não como viável para uma vitória. O Gladson não coloca de forma clara para qual lado vai estar, mas ele sabe a hora que vai apresentar a chapa”, acrescentou Itaan Arruda.
“Eu acho que o problema é o meio que cerca a Mailza. Eu sinto essa situação. Eu queria uma pegada da Mailza mais ‘Leila Pereira’. Eu acho que tinha que ter uma mulher forte. A gente não está querendo ninguém passivo. Eu não vejo a Mailza, o João Marcos Luz aparece muito mais que ela no mesmo cargo. [Ambos ocupam o cargo de secretário de Assistência Social no Estado e no Município, respectivamente]”, afirmou Marcos Venícios.
Enquanto isso, a chamada “pauta do boi” foi discutida entre os jornalistas, escancarando divergências entre Eduardo Ribeiro e Tio Pablo, que trocaram farpas públicas sobre o tema.

Foto: Whisley Ramalho
“Eu entendo que o governo acertou em fazer um gesto, e ele aumentou a pauta, mas não aumentou ao ponto de impedir a saída de bezerros. Os frigoríficos entendem que a pauta tem que estar praticando o valor de mercado. Isso não vai impedir a saída de bezerros. Os personagens envolvidos nesse problema estão chegando a um consenso, só que há um movimento para resolver a questão. Eu acho que o Pablo Bregense está com uma postura de uma liderança que não quer resolver o problema, mas sim capitalizar politicamente com uma retórica de defesa do pequeno pecuarista”, pontuou Itaan Arruda.
Na capital, o prefeito Tião Bocalom voltou a enfrentar desgaste com a base de apoio. Vereadores da Câmara de Rio Branco reclamam que têm sido ignorados pela prefeitura e que sequer são informados de ações nos bairros. Além disso, o Ministério Público abriu investigação sobre a devolução de R$ 955 mil em emendas do senador Alan Rick. A verba, que poderia ser utilizada em áreas como saúde e infraestrutura, foi enviada de volta ao governo federal sem execução.
“Aquela fala do Bocalom sobre ‘para que serve uma casa de farinha’ é de uma infelicidade. É a fala de uma pessoa que ignora a rotina do homem rural, e ele sabe, o que torna ainda mais grave a declaração dele. Não é razoável o prefeito ter esse entendimento. É evidente que ele é fã da fécula, e isso é bacana, mas para ter uma indústria de fécula é necessário ter muita macaxeira”, observou.
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