Se julgado e condenado, caso o ex-presidente Jair Bolsonaro buscar um asilo o que seus aliados farão?
Ao pedir asilo diplomático ao Brasil e o presidente Lula ter concedido, a ex-primeira dama do Peru, Nadine Heredia jamais imaginava as reações que partiriam dos bolsonaristas.
A mim e por mais uma vez, restou provado que a nossa polarização política não veio para brincadeira, e sim, para acirrar os ânimos, não apenas dos bolsonaristas, sim e também, dos lulistas.
Eu particularmente antevi que os bolsonaristas não iriam deixar este caso de lado, e sim, que fariam toda sorte de explorações de natureza política, até porque, asilar a corrupta, Nadine Heredia, esposa do ex-presidente Ollanta Humala, do Peru, igualmente corrupto, como se diz no linguajar político, seria um prato cheio para toda sorte de explorações politiqueiras, em particular, para os blogueiros de aluguel.
Como o tempo é o senhor da razão, pergunto: caso o ex-presidente Jair Bolsonaro venha ser condenado e a uma pena bastante elevada, superior a até mesma àquela que foi imposta a Nadine Heredia, como os bolsonaristas reagiriam caso o presidente da Argentina, da Hungria e até mesmo os dos EUA, lhes ofertasse um asilo político?
Não estou aqui defendendo a referida asilada, e sim e por mais uma vez, chamando a atenção do quanto tem sido prejudicial para o nosso país a odiosa e persistente polarização que tomou do nosso país.
A propósito, se para o apaziguamento do nosso ambiente político se fizesse necessário a exclusão dos nomes de Lula e Bolsonaro das nossas urnas eletrônicas nas nossas próximas eleições presidenciais, em princípio, me daria por satisfeito.
Volto a repetir a célebre e oportuníssima frase de autoria do imortal, Bertolt Brecht: “infeliz é a nação que precisa de heróis”. A esta fase ousaria acrescentar, por minha conta e risco: nem Lula e nem Bolsonaro fizeram por merecer, nem mesmo após as suas mortes, o título de herói, menos ainda, se vivos se encontram.
Não votei no candidato Jair Bolsonaro nas eleições de 2018 e nem nas eleições de 2022, ainda assim, não torço que o mesmo venha parar numa prisão, menos ainda, por perseguição de natureza política, algo bastante comum nas ditaduras e nas frágeis democracias.
Sendo a mais nobre de todas as artes, apesar e algumas decepções e reveses, só e somente, a política possibilita a convivência mansa e pacífica, entre os divergentes. Daí a sua natural e merecida nobreza.
Decerto, uma coisa: a polarização política que tomou conta do nosso país precisa, e com urgência, chegar ao fim, do contrário, ao invés de justiça, as vinganças e os ressentimentos continuam prevalecendo.