Nem a nossa justiça deveria se politizar e nem nossa atividade política deveria ser judicializada
A ideia da separação dos poderes, em apenas três instituições, foi do então político, filósofo iluminista e escritor, Charles-Louis de Secondat, presentemente conhecido como Montesquieu, isto no século XVIII. Resultado: praticamente todas as democracias, pelos ao menos, as mais respeitáveis, aderiram a tão importantíssima ideia.
Mesmo assim, e em nome da democracia, alguns ditadores conseguiram chegar ao poder e alguns deles continuam em flagrante desrespeito a própria democracia, a exemplificar, Nicolás Maduro, o ditador que comanda a Venezuela.
No nosso caso, a separação dos nossos poderes, em apenas três: executivo, legislativo e judiciário, não foi suficiente para evitarmos e nem mesmo para atenuarmos algumas crises que resultaram em golpes de Estado. Não é demais lembrar que a proclamação da nossa República resultou de um golpe que o então Marechal Deodoro da Fonseca aplicou em D. Pedro II, até então, nosso príncipe regente.
Acontece que, enquanto os nossos poderes buscavam a harmonia e independência e os nossos meios de comunicação não se deixavam levar pelas notícias falsas, as ora denominadas Fake News, havia respeito entre os ocupantes dos nossos poderes, posto que, as suas decisões buscavam atender aos superiores interesses do nosso país.
Lamentavelmente, com o avançar dos nossos meios de comunicação, em particular, com o advento da internet, o desrespeito a liberdade de expressão e de opinião, começaram a surgir justamente com as às torrentes de libertinos, muitas delas com o propósito de divulgar de desinformações.
Hoje e com bastante frequência, todos àqueles que detém poderes estão expostas as indesejáveis agressões dos chamados blogueiros, não de todos, mas sim, daqueles que trabalham sob encomenda e que não respeitam a honra de suas escolhidas vítimas.
Neste particular, o que mais tem chamado as nossas atenções não são os naturais disputas entre os entes que ocupam as posições de poder nos planos executivo e legislativo, e sim, as agressões que são dirigidas a nossa suprema corte de justiça, particularmente, aos seus integrantes.
Antes da internet, quando o nome de um ministro do STF era citado, em seguida, ele próprio vinha à público e prestava os devidos esclarecimentos. Presentemente, sem o menor respeito os seus nomes são realçados, e não raramente, com o propósito de execrá-lo publicamente, a depender das suas decisões. Isto precisa ter fim, mas tanto, tantos os blogueiros quanto os seus mandantes precisam entender que: o que é crime no mundo real também o é no mundo virtual.