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“Se até dia 15 o PCCR da saúde não chegar, vai ter greve”, diz Adailton Cruz

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Da redação ac24horas

O deputado estadual Adailton Cruz (PSB) afirmou em entrevista concedida nesta quarta-feira, 30, ao Boa Conversa – Edição Aleac – que os profissionais da saúde podem entrar em greve caso o novo Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) do setor não seja encaminhado à Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) até o dia 15 de maio. O parlamentar disse que os sindicatos já haviam sinalizado a possibilidade de paralisação, mas recuaram temporariamente após o governo apresentar alterações solicitadas ao projeto.


“Realmente, os sindicatos, aqui eu quero parabenizar, estão tendo uma postura com relação a ter, de fato, o plano de carreira reformulado. Há 25 anos não se mexe nisso. Eles convocaram aquela coletiva porque agora na quinta-feira, dia 7, vão fazer uma assembleia-geral e, caso as mudanças que foram pedidas não tivessem sido entregues, já iam pôr em pauta a deflagração de greve”, afirmou.


Segundo o deputado, as alterações foram feitas e enviadas ao comando sindical, mas ainda precisam ser avaliadas em assembleia. “Fizeram as alterações que estavam sendo apontadas, eu já recebi, mas ainda não li, não sei se está cem por cento como a gente espera. Em razão disso, decidiram manter a assembleia-geral. Nesta assembleia, na quinta-feira da semana que vem, às nove da manhã, vão apresentar a nova proposta com os ajustes que foram feitos. Aí vai caber aos servidores decidirem se aceitam ou não”, pontuou.


“Se até o dia 15 de maio o projeto não chegar aqui na Assembleia, certamente vai ter greve, porque a gente está crendo que esse mês de maio terá brecha fiscal. Se não chegar, nós vamos perder a brecha fiscal e aí não teremos plano, o que houve foi um recuo. Essa é a brecha que a saúde espera há quase 30 anos”, acrescentou.


Cruz também comentou a demissão em massa de cerca de 200 servidores contratados emergencialmente durante a pandemia. Ele afirmou que cobrou explicações da Secretaria de Saúde (Sesacre) e que, por enquanto, apenas profissionais das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) serão mantidos.


“Nós fizemos até uma convocação aqui na Comissão de Saúde do secretário, Tribunal de Contas, Ministério Público, e ficou encaminhado o pedido para que a Sesacre, Tribunal de Contas e PGE analisassem o pedido de transição, que mantivesse esses servidores pelo menos até o final do contrato, que vai até junho, e não fossem demitidos da forma que foram”, disse.


A resposta da Sesacre, segundo ele, veio nesta quarta-feira (30). “Eles decidiram que vão manter somente nas áreas críticas, nas UTIs. Dos 200 que foram dispensados, demitidos de forma unilateral, mais ou menos uns 40, 45 irão continuar, que são os que estão nas UTIs tanto do Pronto Socorro, da Fundação Hospitalar e do Into”, observou.


O deputado disse que ainda buscará alternativas para reverter a situação e pediu um relatório de impacto à assistência. “A saúde da população não pode ser prejudicada. Já entrei em contato com a equipe do governo, com o governador, porque eu quero uma reunião pessoal com ele, pra falar de plano de carreira e pra falar dessa situação da demissão dos nossos servidores”, relatou.


Questionado sobre seu futuro político, Adailton confirmou que sua saída do PSB é definitiva e que avalia o cenário da nova federação entre União Brasil e PP para decidir os próximos passos.“A nova federalização que ocorreu é muito forte e impactante aqui na Assembleia. Agora a maioria absoluta dos parlamentares está nesse novo partido. Então, é um cenário forte e a gente precisa reanalisar com carinho, porque o nosso maior objetivo aqui é ter uma representação dos trabalhadores e da saúde. Se esse cenário a gente vê que não é favorável, que a gente ganha as eleições, é lógico que nós vamos ver outros caminhos. No entanto, a nossa postura de apoio à vice-governadora Maíza não se altera nada, segue a mesma. Sair do PSB é fato, até porque o próprio PSB não me quer e faz questão clara de deixar isso alavancado aí nos quatro cantos do estado. Eu não vou estar onde a pessoa não me quer”, declarou”, encerrou.


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