A Polícia Civil do Acre (PCAC) realizou, em abril, a primeira identificação papiloscópica de uma pessoa desaparecida em estado avançado de decomposição no estado. A ação, feita pelos Institutos de Identificação e de Medicina Legal com apoio técnico da Força Nacional, integra a Mobilização Nacional de Identificação de Pessoas Desaparecidas, coordenada pela Rede Nacional de Identificação de Pessoas Desaparecidas (RNIPD).
Segundo a PCAC, o trabalho seguiu os protocolos estabelecidos pela Política Nacional de Busca de Pessoas Desaparecidas (Lei nº 13.812/2019) e pela Lei nº 9.140/1995, que trata da identificação de restos mortais.
Os restos mortais da vítima foram encontrados na zona rural da Vila Campina no dia 02 de abril. Técnicos especializados em necropapiloscopia conseguiram coletar impressões digitais, apesar do estado do cadáver, e inseriram os dados no sistema ABIS Estadual para confronto com o banco de dados do Instituto de Identificação.
A análise confirmou a identidade de Manoel Alves de Souza, nascido em 24 de março de 1965, natural de Jaguapitã (PR), filho de Ananias Alves de Souza e Izabel Rodrigues de Araújo de Souza. Ele era registrado no Acre sob o número de RG 426.178.
Segundo a Polícia Civil, a identificação marca um avanço na aplicação da ciência papiloscópica no estado e reforça a importância do trabalho técnico na busca por desaparecidos, além de encerrar ciclos de incerteza para as famílias, o procedimento garante o direito ao luto e contribui para a dignidade humana.
De janeiro a março deste ano, o Instituto de Identificação do Acre registrou 36 identificações positivas de cadáveres e dois casos sem identificação no mês de janeiro, além de um atendimento de pessoa viva.
Em fevereiro, houve 38 identificações, incluindo cadáveres reconhecidos diretamente por delegacias e famílias nas regiões de Envira, Tarauacá e Juruá, além de dois atendimentos de pessoas vivas. Em março, foram identificados 45 cadáveres no estado.
O diretor do Instituto de Identificação, Júnior César da Silva, destacou a importância do trabalho. “Essa ação demonstra o compromisso do Estado com a dignidade humana e com a aplicação da ciência forense em prol da justiça e da cidadania”, afirmou.