O papa Francisco foi sepultado neste sábado (26) na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma. Ele se torna o primeiro pontífice em cerca de 100 anos a ser enterrado fora do Vaticano.
Um cortejo fúnebre levou o caixão do papa para a igreja. O próprio pontífice pediu para ser enterrado lá. Ainda segundo a Santa Sé, 150 mil pessoas estiveram presentes no cortejo.
O funeral aconteceu na Praça de São Pedro, no Vaticano. A Santa Sé afirmou que mais de 250 mil pessoas, além de dezenas de chefes de Estado, compareceram. A cerimônia durou 2 horas e 10 minutos.
A cerimônia começou com a Missa de Exéquias, uma celebração dedicada aos fiéis que faleceram. De acordo com a agência de notícias Reuters, ela deveria ser concelebrada por 220 cardeais e 750 bispos e padres perto do altar, além de outros 4 mil padres na praça.
As autoridades limitaram o número de pessoas permitidas na Praça de São Pedro, com muitos enlutados reunidos atrás de barreiras.
Um amplo corredor de segurança também foi estabelecido na divisa do Vaticano com a Praça Pio XII para permitir a circulação das autoridades.
Caixão do papa é levado para Praça de São Pedro
O caixão do pontífice foi fechado na sexta-feira (25), em uma cerimônia fechada com cardeais.
Ainda de acordo com a Santa Sé, cerca de 250 mil pessoas compareceram ao velório de Francisco e se despediram do líder da Igreja Católica.
Um Livro dos Evangelhos foi colocado em cima do caixão fechado do papa Francisco que foi carregado pelos Cavalheiros de Sua Santidade – mordomos ou criados do papa.
Líderes mundiais comparecem ao funeral
Dezenas de chefes de Estado estiveram presentes no funeral do papa Francisco.
Antes do funeral, Trump teve um encontro com Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia. A Casa Branca pontuou que a reunião foi produtiva. Keir Starmer, primeiro-ministro do Reino Unido, e Emmanuel Macron, presidente da França, também compareceram.
Papa teve “coração aberto a todos”, diz cardeal em homilia
O cardeal Giovanni Battista Re disse durante a homilia da missa do funeral que Francisco foi um “papa entre o povo, de coração aberto a todos”.
“Rico em calor humano e profundamente sensível aos desafios atuais, o Papa Francisco compartilhou verdadeiramente as angústias, os sofrimentos e as esperanças desta época de globalização”, destacou Re.
Ele afirmou ainda que os gestos do pontífice em favor dos refugiados e deslocados são “incontáveis”.
“Sua insistência em trabalhar em prol dos pobres foi constante”, continuou o cardeal, observando que a primeira viagem de Francisco como papa foi a Lampedusa, uma ilha italiana no Mediterrâneo que há muito tempo recebe milhares de pessoas que cruzam a fronteira do norte da África.

Cardeal Giovanni Battista Re oficia a missa em frente ao caixão durante o funeral do Papa Francisco na Praça de São Pedro em 26 de abril de 2025 na Cidade do Vaticano • Franco Origlia/Getty Images)
“Diante das guerras devastadoras dos últimos anos, com seus horrores desumanos e inúmeras mortes e destruições, o Papa Francisco elevou incessantemente a voz implorando pela paz, apelando à razão e convidando à negociação honesta para encontrar soluções possíveis” continuou.
O cardeal pontuou ainda que “a guerra sempre deixa o mundo pior do que era antes: é sempre uma derrota dolorosa e trágica para todos”.
“O Papa Francisco costumava concluir seus discursos e encontros dizendo ‘não se esqueçam de rezar por mim’. Caro papa Francisco, agora pedimos que reze por nós”, afirmou.
“Que o Senhor abençoe a Igreja, abençoe Roma e abençoe o mundo inteiro, como fez no domingo passado, da sacada desta basílica, em um abraço final com todo o povo de Deus, mas também abrace a humanidade que busca a verdade com um coração sincero e ergue a tocha da esperança”, concluiu.
Oração em diversas línguas e comunhão
O cardeal Re proferiu a Oração dos Fiéis, também chamada de Oração Universal.
O que aconteceu em seguida marcou uma mudança em relação aos funerais papais anteriores. Os cardeais proferiram uma breve oração em seis idiomas: italiano, francês, árabe, português, polonês, alemão e mandarim.
Foi a primeira vez que o mandarim foi incluído em um funeral papal.
“Por nós, aqui reunidos, para que, tendo celebrado os sagrados mistérios, possamos um dia ser chamados por Cristo a entrar em seu glorioso reino”, leu o Cardeal Agostino Liu Bo.
Durante seu papado, Francisco expressou seu desejo de visitar a China, e o Vaticano tem tentado, nos últimos anos, estreitar seu relacionamento com Pequim.
Mais tarde, os sacerdotes e outros celebrantes distribuíram a hóstia, também chamada de Sagrada Comunhão — o pão e o vinho, representando o corpo e o sangue de Cristo — entre os cardeais.
Após receberam, a hóstia foi distribuída entre a multidão de fiéis, buscando chegar ao máximo de pessoas possíveis.
Cortejo fúnebre e sepultamento do papa Francisco
O último papa a ser sepultado fora do Vaticano foi Leão XIII, que morreu em 1903.
O percurso do cortejo fúnebre tinha cerca de 5,5 km de extensão, incluindo muitos monumentos de Roma, como o Coliseu.
O sepultamento ocorreu em uma cerimônia privada, mas as visitas ao túmulo serão permitidas logo a partir do domingo (27). O túmulo terá apenas a inscrição do nome latino “Franciscus”.
O que acontece após o sepultamento do papa Francisco?
O funeral papal marca o primeiro dos nove dias de luto da Igreja global.
Outra missa de luto será realizada na Praça de São Pedro no domingo (27). A reunião será liderada pelo cardeal italiano Pietro Parolin, frequentemente visto como um dos principais candidatos ao papado.
Nos próximos dias, o Vaticano anunciará a data para o início do conclave que escolherá o sucessor de Francisco. A previsão é que a cerimônia tenha início entre 6 e 11 de maio.
Veja imagens da vida do papa Francisco:









