O Atelier do Dalmir

Por
Francisco Braga

O Atelier Pensatório, do pintor, artesão, marceneiro, agrimensor, poeta, engenheiro, historiador, afinador de violino, chofer de Toyota e meu amigo Dalmir Ferreira, um misto de escritório, museu, biblioteca, estúdio, oficina, laboratório e galeria de arte é o melhor lugar do mundo, na Amazônia Legal pra beber vinho, comer queijo e arrotar poesia. Fica bem ali, no centro de Rio Branco, perto de uma livraria, um colégio, um boteco e uma secretaria de Educação (que não serve de referência).


Vez por outra, uma noite por semana, eu vou lá. Eu mais o Danilo de S’Acre. Vamos encontrar Dalmir pra trocar ideia, tergiversar, elucubrar, achar graça, discutir, escutar música, falar de arte e da vida da gente. Costumeiramente o zeloso anfitrião nos brinda com petiscos, queijos finos e “sucos” de uvas malbec, merlot e cabernet sauvignon, mas como o amigo Danilo sempre leva sua caixinha de latas de cerveja, bem geladinhas, eu bebo também que é pra não ser desagradável.


E quando tem convidado especial, aí é que é bacana. A gente pode flutuar ao som do soberbo violino do Miqueias, falar de música erudita com o maestro Romualdo, cantar junto com Ademar Galvão e Sérgio Souto e ainda escutar a flauta do Joãozinho Veras. Tive a honra e o divertido prazer de conhecer ali a adorável Eliana de Castela e a arte e a pessoa de Jorge Carlos, o Mané do Café que, juntamente com Dinho Gonçalves, velho parceiro de teatro, nos alegrou por quase a noite toda.


Bom mesmo é quando tem sarau, que aí aparece o Marcondes Montezuma, Márcio Chocorosqui, João Bosco e Jorge Natal entre muitos outros letrados e declamadores como o mestre Crescêncio Santana que também vão lá pra nos brindar, em primeira audição com suas novas composições. E por falar nisso vou já terminar este pequeno preito ao amigo Dalmir e seu Pensatório com uma composição especial, recheada de saudade e desejo de estar lá, de novo, algum dia.


Fomos gastar conversa e achar graça
Eu mais Danilo, aonde estava Dalmir
E quando soube que lá ia ter cachaça,
Um monte de amigos também quis ir


Dalmir sempre chama, eu mais Dan
Pra ir lá atualizar os assuntos e beber
Ouvir da Edith Piaf o Padam, Padam
E da Soledad Bravo um hino pro Che


É cheio de novidades aquele lugar
Sempre alguém novo por lá aparece
E trás novidades pra contar pra gente


É um lugar que a gente não esquece
Faz é tempo que eu num vou por lá
Quem sabe… fim do ano… de repente…


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Por
Francisco Braga