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A médica Amanda Ribeiro usou as redes sociais nesta sexta-feira, 25, para criticar a demora na resolução da investigação em relação ao bloqueio de bens de seu marido, o pecuarista Relles Francisco Ferreira Moreira, durante a Operação Hunter Tiger, deflagrada pela Polícia Civil do Acre em dezembro de 2024. A ação teve como foco o combate à lavagem de dinheiro, jogos de azar e crimes correlatos.
A médica que é digital influencer foi alvo da operação no ano passado. Desde então, a família teve os bens bloqueados pela justiça. Em uma série de vídeos divulgados nos stories, a médica chorou em razão da situação vivenciada pela família.
De acordo com Amanda, mesmo sem que seu esposo fosse alvo da investigação, todos os instrumentos de trabalho e parte do patrimônio familiar foram apreendidos. “Ano passado teve a operação sobre jogos de azar. Nessa operação prenderam os bens do meu marido. Todos os instrumentos de trabalho dele. E mesmo com todas as comprovações, até hoje não tivemos respostas”, afirmou.
A médica relata que foram confiscados cerca de R$ 120 mil, 136 cabeças de gado, dois veículos, um deles financiado em 60 parcelas de R$ 2.700, e outros bens adquiridos, segundo ela, com recursos lícitos provenientes de seu salário e da atividade de Relles como marreteiro, que exerce há pelo menos cinco anos.
“Sou médica, tenho renda, e meu marido também. Eles alegaram que tudo que tínhamos era de jogo. Nenhum dos nossos bens foi adquirido com dinheiro de jogo”, afirmou. Ela destacou que sequer havia mandado de busca e apreensão para os veículos levados na ação, um deles fruto de herança de família. “Até hoje, nada foi liberado. Meu esposo ficou com todo meio de trabalho dele travado”, pontuou.
Amanda revelou os impactos emocionais e financeiros do caso envolvendo a família.Segundo ela, Relles desenvolveu um quadro grave de depressão após o bloqueio dos bens. “Meu marido está com depressão gravíssima, com todo trabalho parado há seis meses. Contas atrasadas, prejuízos financeiros e patrimoniais. Morando de favor. Tiraram a única fonte de renda dele, sem provas, apenas com suposições”, desabafou.
Em um dos vídeos divulgados nos stories, a médica chorou em razão da situação vivenciada pela família. Segundo ela, durante a apreensão dos bens, agentes da polícia civil teriam rido da situação.
“Eu nunca vou me esquecer dos próprios policiais da sala que eu estava, rindo de mim e do meu marido. Gente que conhece a gente e que conhece a nossa história, mas Deus é fiel. Ainda vou contar o meu testemunho pra vocês”, relatou.
Amanda acusa ainda a investigação de ter utilizado imagens antigas para associar os bens do casal à atividade ilegal. “No inquérito colocaram foto do gado do meu marido, de janeiro de 2022, para dizer que era de jogo. Em 2022 o jogo nem existia ainda. Colocaram foto de uma casa, afirmando que estávamos construindo, só porque paramos o carro em frente”, afirmou.
Durante o desabafo, a médica Amanda Ribeiro revelou que a apreensão de seus equipamentos eletrônicos durante a Operação Hunter Tiger comprometeu não apenas sua vida pessoal, mas também sua carreira profissional e acadêmica. “Nos aparelhos apreendidos tinham dados confidenciais dos meus pacientes e cerca de 70% do meu TCC, pois eu faço especialização, prejudicando minha vida acadêmica e profissional também”, declarou.
Amanda ao final afirmou ainda que desenvolveu graves transtornos psicológicos após a ação. “Eu também sou diagnosticada com depressão grave. Após a operação adquiri ansiedade generalizada, síndrome do pânico e estou com meu psicológico totalmente instável, afetando diretamente o meu trabalho, correndo risco de perder o emprego por conta dos danos psicológicos gerados”, lamentou.
A Operação Hunter Tiger foi coordenada pela Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Fazendários (Defaz), com apoio do DPCI e do Idaf. Cerca de 60 agentes participaram da ação que cumpriu 29 mandados de busca e apreensão em municípios do Acre e em outros dois estados do país.
Assista ao vídeo: