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Cheias, secas, queimadas e desmatamento agravam situação no Acre

Foto: Whidy Melo/ac24horas
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O Acre enfrenta uma crise ambiental sem precedentes, mergulhado em um cenário crítico de cheias e secas severas, queimadas recordes e desmatamento acelerado. A situação ameaça as estruturas urbanas, o abastecimento de água, a biodiversidade e a qualidade de vida dos acreanos.


Entre agosto e outubro de 2024, o estado registrou temperaturas elevadas e umidade extremamente baixa, condições ideais para a propagação de queimadas. Vera Reis, diretora técnica do Instituto de Mudanças Climáticas e Regulação dos Serviços Ambientais do Acre (IMC), explica que o aquecimento das águas superficiais do Oceano Atlântico gerou uma massa de ar seco que atingiu o Brasil central, com impacto severo na Amazônia oriental, incluindo o Acre. O resultado é um déficit hídrico que compromete os rios. “A velocidade de queda dos níveis de água é alarmante, porque os lençóis subterrâneos já estão esgotados”, alerta Reis.


Os resquícios do El Niño de 2023, que aquece as águas do Pacífico e altera os regimes de chuva, agravam o problema, aumentando o risco de desabastecimento de água nas cidades, uma crise mais grave que a de 2016.

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O avanço das queimadas está intrinsecamente ligado ao desmatamento, concentrado em áreas não regularizadas, projetos de assentamento e propriedades particulares, que correspondem a 15% do território acreano. Essas áreas, frequentemente invadidas, têm sua cobertura florestal devastada. A Floresta Estadual do Antimary, em Sena Madureira e Bujari, é um exemplo crítico.


Investigações do Batalhão de Policiamento Ambiental da Polícia Militar apontam ocupações irregulares por famílias migrantes, sobretudo de Rondônia, que utilizam tratores e caminhões para destruir a vegetação. “Essas invasões intensificam o desmatamento e alimentam as queimadas, comprometendo áreas protegidas”, destaca Reis.


Para enfrentar o colapso ambiental, o governo do Acre redireciona recursos para ações estratégicas de prevenção e combate ao desmatamento, queimadas e desperdício de água. “Estamos ajustando políticas públicas para atender às necessidades mais urgentes, mas cobramos a colaboração dos pequenos produtores”, afirma a diretora do IMC.


Um dos esforços centrais é a renovação do Plano Estadual de Prevenção e Combate ao Desmatamento e Queimadas, que vigorou até 2021. Em fase de atualização, o plano conta com gestores ambientais e instituições de pesquisa para implementar políticas públicas eficazes, visando proteger a floresta e promover a sustentabilidade.


Com informações do Instituto de Mudanças Climáticas do Acre.

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