Única cidade do interior do Acre convidada para o Encontro de Prefeitos da Amazônia Legal, Xapuri participa de forma ativa dos debates preparatórios para a COP-30, com o prefeito Maxsuel Maia em Belém e o vice-prefeito Vânio Miranda em Brasília, reafirmando o compromisso da gestão com soluções ambientais concretas
Berço de Chico Mendes e símbolo da luta socioambiental, Xapuri voltou a ganhar protagonismo nacional ao participar, simultaneamente, de duas agendas estratégicas nas principais capitais políticas do país. A pequena cidade acreana, única do interior do estado convidada oficialmente para o Encontro de Prefeitas e Prefeitos da Amazônia Legal — etapa preparatória para a COP-30 — foi representada em Belém pelo prefeito Maxsuel Maia, enquanto o vice-prefeito Vânio Miranda tratava, em Brasília, da viabilização de uma Parceria Público-Privada para a gestão de resíduos sólidos urbanos.
Aberto na quarta-feira (23) e ainda em andamento nesta quinta (24), o evento em Belém reúne gestores da Amazônia Legal para discutir temas como adaptação climática, financiamento ambiental e a inclusão efetiva das cidades amazônicas na agenda global sobre mudanças climáticas. Em sua fala, o prefeito Maxsuel Maia destacou a necessidade de que os debates da COP-30 sejam interiorizados, alcançando também os pequenos municípios — inclusive no que diz respeito ao acesso a recursos.
“É preciso interiorizar o debate, sim. Mas principalmente interiorizar o dinheiro. Que essa seja a COP dos municípios, inclusive dos pequenos, que ainda lutam para ter acesso a políticas públicas efetivas”, afirmou o prefeito, que também chamou atenção para a interdependência entre meio ambiente e equidade social: “É impossível a gente discutir justiça climática sem discutir justiça social”.
Mesmo com seu histórico ambiental ligado à figura de Chico Mendes, o prefeito ressaltou os desafios atuais enfrentados por Xapuri. Em 2023, por exemplo, o município registrou a pior qualidade do ar do Brasil, reflexo de problemas estruturais ainda não resolvidos. “Somos a cidade de Chico Mendes, mas também uma cidade que, em 2025, ainda não tem um plano de saneamento viável. Precisamos de cooperação técnica e recursos para elaborar e executar bons projetos”, afirmou.
Enquanto isso, em Brasília, o vice-prefeito Vânio Miranda cumpriu agenda com o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, para tratar da estruturação da Parceria Público-Privada (PPP) que visa o manejo e a destinação final de resíduos sólidos urbanos no Acre. A iniciativa é conduzida pelo Consórcio Intermunicipal de Coleta, Destinação e Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos (CINRESO/AC) e conta com apoio técnico e financeiro do Fundo de Desenvolvimento da Infraestrutura Regional Sustentável (FDIRS).
Segundo Vânio, a participação de Xapuri neste processo é essencial para transformar o discurso ambiental em prática. “A gestão adequada dos resíduos sólidos é um desafio que não pode mais ser adiado. Estamos trabalhando para acabar com os lixões, proteger nossos rios, nossa saúde e implementar soluções modernas e integradas para todos. Participar dessa construção coletiva é essencial para um Acre mais limpo e ambientalmente responsável.”
A presença simultânea em duas agendas distintas, mas conectadas por desafios ambientais urgentes, coloca Xapuri em uma posição de destaque — não apenas pelo simbolismo histórico, mas por buscar, de forma prática, caminhos para sair do discurso e avançar em ações. Em meio a limitações orçamentárias e carência de infraestrutura, o município busca ocupar espaços decisivos onde normalmente só as grandes cidades têm voz.