O presidente da Telebras, Frederico Siqueira Filho, deve ser o novo titular do Ministério das Comunicações. Ele se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta quarta-feira (23), no Planalto, acompanhado do ex-ministro da pasta, Juscelino Filho (União-MA) e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que levou a indicação de Frederico, conhecido como “Fred”.
Segundo fontes ouvidas pela CNN, o presidente aceitou a indicação e deve oficializar o nome de Siqueira ainda nesta semana. A informação foi antecipada pelo analista de política da CNN Pedro Venceslau.
Siqueira comanda a Telebras desde maio de 2023, indicado por Juscelino.
Após a recusa do deputado Pedro Lucas Fernandes (União-MA), líder do partido na Câmara, Alcolumbre buscou um nome técnico para o posto.
Com 26 anos de experiência no setor de telecomunicações, Frederico é engenheiro civil formado pela Universidade de Pernambuco.
Atuou por 21 anos na Oi, onde foi diretor de Relações Institucionais por uma década. Mais recentemente, chefiava a área de Vendas Corporativas Governo da Oi Soluções, com foco nas regiões Norte e Nordeste.
Outro nome considerado pelo União Brasil para o cargo foi o do advogado e jornalista Miguel Matos, bem avaliado pelo presidente da sigla, Antônio Rueda. Matos preside o Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional.
Ele é casado com a ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Daniela Teixeira, indicada ao cargo pelo presidente Lula, e também é fundador do portal jurídico Migalhas. Apesar da boa avaliação, seu nome acabou sendo preterido em favor de Siqueira.
Desistência
A escolha de Frederico ocorre após a recusa de Pedro Lucas, que havia sido convidado por Lula e chegou a ter seu nome anunciado oficialmente após reunião no Palácio da Alvorada.
Entretanto, na última terça-feira (22), anunciou que não aceitaria o cargo. Em nota, agradeceu o convite e declarou que “a confiança depositada em meu nome me tocou de maneira especial e jamais será esquecida”.
De acordo com apuração da CNN, integrantes do União temiam que a saída de Pedro Lucas para o governo abrisse espaço para um parlamentar mais alinhado ao Planalto assumir a liderança da bancada.
A recusa, portanto, foi vista como uma forma de preservar a coesão do grupo oposicionista dentro do partido.
O Ministério das Comunicações está vago desde o início de abril, quando Juscelino Filho deixou o cargo após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suspeita de desvio de emendas parlamentares. Ele reassumiu seu mandato como deputado federal.