Foto: Marcelo Moura - ACISA I Whidy Melo/ac24horas
A Universidade Federal do Acre (Ufac) discute a criação de um curso de Administração, mas a iniciativa privada levanta debates sobre sua relevância em um mercado que já não valoriza formações genéricas. Enquanto egressos enfrentam o desemprego, empresas relatam dificuldades para contratar especialistas em compras, gestão financeira e orçamentária, áreas com alta demanda e baixa oferta de profissionais qualificados.
O problema está na desconexão entre a academia e o mercado globalizado. Currículos tradicionais de Administração focam em teorias clássicas, mas o mercado globalizado busca líderes, analistas de dados e estrategistas. Segundo o LinkedIn (2024), cargos como analista de dados e gestor financeiro estão entre os mais procurados, mas faltam profissionais capacitados. No Acre, a carência é ainda maior em setores como comércio, agronegócio e gestão pública.
Hoje, com a globalização, precisamos concorrer com o mundo digital e ter competências para tomadas de decisão pautadas por boas análises e com pouquíssimo tempo para reação.
Cursos como Data Science e Analytics ganham preferência por oferecerem habilidades específicas, como uso de Power BI e programação, com salários até 30% superiores aos de administradores juniores. A Ufac tem a chance de inovar, incorporando disciplinas como análise de dados, liderança estratégica e gestão orçamentária. Parcerias com empresas e estágios práticos poderiam alinhar o curso às necessidades regionais.
A decisão da Ufac será crucial. Um curso moderno, que combine gestão, tecnologia e foco local, pode reduzir o desemprego e formar talentos para o futuro. Caso contrário, a universidade arrisca repetir modelos ultrapassados, condenando seus formandos a fila do desemprego.
Marcello Moura é empresário e presidente do CDL RIO BRANCO