O Sábado Santo, também conhecido como Sábado de Aleluia, é o terceiro dia do chamado Tríduo Pascal. Ele ocorre entre a Sexta-Feira Santa, que relembra a crucificação de Jesus, e o Domingo de Páscoa, que celebra sua ressurreição. É uma data importante para os cristãos, especialmente para os católicos, marcada por silêncio e recolhimento.
O que ocorre no Sábado Santo?
Durante o dia, não há celebrações e as igrejas permanecem sem decoração ou atividades litúrgicas. Segundo o Vaticano, é um momento de luto e meditação, representando o tempo em que Jesus teria permanecido morto, segundo os relatos bíblicos. Para muitos fiéis, é também um período de espera e esperança, simbolizado pela figura de Maria, mãe de Jesus, que aguarda silenciosamente a ressurreição do filho.
Ao cair da noite, tem início a Vigília Pascal, a principal celebração do calendário cristão. Essa cerimônia marca a passagem da morte para a vida e celebra simbolicamente a ressurreição. A liturgia começa com a bênção do fogo e do círio pascal (vela que representa o Cristo ressuscitado), seguida por leituras bíblicas, cânticos e, em muitos casos, batismos de adultos.
No Sábado Santo de 2015, o papa Francisco falou sobre a importância desse momento. O pontífice explicou que aquela noite para os discípulos e as discípulas de Jesus foi “uma noite de dor e de temor”.
O papa relembrou a passagem bíblica que descreve a vigília. O pontífice destacou que os homens permaneceram fechados no Cenáculo; já as mulheres, por sua vez, foram ao sepulcro para ungir o corpo de Jesus “com seus corações cheios de emoção” e ali “se deram conta que a grande pedra que fechava o túmulo já tinha sido removida, e a sepultura estava aberta”.
Efetivamente, para isso estamos aqui: para entrar, para entrar no mistério que Deus realizou com sua vigília de amor. Não se pode viver a Páscoa sem entrar no mistério.
Papa Francisco
Em algumas cidades brasileiras, o fim desse período é marcado pela Procissão do Encontro, realizada já no domingo pela manhã. Nela, duas procissões — uma com a imagem de Jesus ressuscitado e outra com a imagem de Maria — saem de pontos diferentes e se encontram diante da igreja, simbolizando o reencontro entre mãe e filho após a ressurreição.
Por que ‘Sábado de Aleluia’?
O termo “Sábado de Aleluia” tem origem na tradição cristã, especialmente na liturgia católica. Ele está diretamente relacionado ao uso da palavra “aleluia”, que significa “louvai ao Senhor” em hebraico.
Durante o período da Quaresma, que antecede a Páscoa, a palavra “aleluia” é tradicionalmente omitida das celebrações litúrgicas. Isso ocorre em sinal de penitência e reflexão. No entanto, na noite do Sábado Santo, durante a Vigília Pascal, essa expressão é reintroduzida para anunciar a ressurreição de Jesus Cristo.
Esse retorno solene do “Aleluia” marca o fim do luto quaresmal e o início da celebração pascal, dando ao dia o nome de “Sábado de Aleluia”. Essa denominação, no entanto, não é mais utilizada pela Igreja Católica, que prefere “Sábado Santo”.
Por que Judas é malhado?
Outra manifestação popular que ocorre paralelamente ao Tríduo Pascal é a “Malhação do Judas”. No Sábado Santo, um boneco que lembra o apóstolo que traiu Jesus, Judas Iscariotes, é julgado, condenado e “malhado”, às vezes com pedaços de pau, às vezes com pedras.
A malhação ocorre para punir simbolicamente o discípulo que entregou Jesus aos romanos. Justamente por isso, o castigo acontece entre a Sexta-Feira da Paixão e o Sábado de Aleluia, pois são os dias subsequentes à morte de Cristo.
Em alguns lugares, o Judas é enforcado na sexta-feira à noite, em um poste ou árvore. No sábado, ao meio-dia, o boneco é descido e espancado por populares. Algumas vezes, Judas é substituído por figuras modernas, como políticos.