Dia 16 de abril de 2025 não está sendo um dia qualquer para o Acre. Duas perdas importantes, de duas personagens incomuns na cena contemporânea do Estado. Antônio Aquino Lopes permaneceu como presidente da Federação de Futebol do Estado do Acre por 43 anos. A vida inteira jogos dentro das quatro linhas. Se havia uma regra, ele cumpria.
Mas é evidente que “jogava o jogo”. Ninguém permanece por 43 anos como dirigente esportivo de uma federação de futebol sem gingados e dribles. Mas eram “gingados” e “dribles” dentro das regras estabelecidas.
Como todo líder, durante 43 anos de trabalho ao longo da Federação, construiu muitas amizades e muitas inimizades também. É natural. No jogo da vida, sempre há torcida contra: também faz parte das regras. O que ninguém pode acusar “Toniquim” é de descompromisso. Isso, não! A vida inteira foi dedicada ao esporte. O futebol era a sua causa maior.
A qualidade do futebol acreano foi caindo ao longo dos anos não por responsabilidade do presidente da Federação. Para ser rigoroso, a qualidade caiu no Brasil todo. Da mesma forma que o acreano tem saudades de Dadão, o carioca e o Brasil têm saudades de Garrincha. Querer responsabilizar, relacionar a queda da qualidade dos jogadores à atuação de Toniquim é uma injustiça, para dizer o mínimo e manter o decoro e a educação.
Bem ao contrário: no final dos anos 80, foi por meio da articulação de Toniquim que o Estrelão chegou à Série B do Brasileirão. A morte de Antônio Aquino Lopes é lamentável como toda morte de uma pessoa comprometida com sua gente e com o seu trabalho.
Outra perda grave foi a de José Carlos Castilho. O paulista da modesta cidade de Populina é o que os biógrafos dos grandes empresários chamam de “self made man”. Um homem que se fez por si. De cobrador e motorista de ônibus, caminhoneiro até ser um dos empresários de maior destaque do Acre uma vida de dedicação ao trabalho.
Na criação da empresa Frios Vilhena, centenas de empregos diretos. Conversar com os funcionários da Frios Vilhena é perceber como a origem humilde do “Zé Carlos” estava presente no dia a dia, na rotina de trabalho.
Ser o pioneiro no segmento das distribuidoras locais não foi fácil. Exigiu coragem e determinação para superar as dificuldades de uma parte do comércio que ainda engatinhava. Basta lembrar que, há 34 anos, as experiências que o segmento supermercadista tinha na Capital era do supermercado Dois Oceanos, o Sr. Oliveira ali na Rua do Aviário e o Supermercado UAI. No mais, as compras eram feitas nos mercados públicos.
Como empreender em um segmento de distribuição em grande escala em uma terra com esse perfil de comércio e onde circulava pouco dinheiro? Esse é o cenário em que o “Zé Carlos”ousou crescer. E deu certo.
A Frios Vilhenas é uma referência no segmento. E a postura profissional do “Zé Carlos”vai deixar saudades. Quem o conheceu sabe que o editorialista não está exagerando. Duas perdas danadas. Às famílias, os sinceros pêsames da equipe do site ac24horas.