O programa Boa Conversa desta sexta-feira, 11, trouxe uma análise afiada dos bastidores políticos do Acre, com os comentaristas Astério Moreira e Luis Carlos Moreira Jorge, o Crica, sob a condução do jornalista Marcos Venícius. No radar do debate, estão os movimentos de olho em 2026, as disputas internas nos partidos e os temas quentes que movimentaram os bastidores do poder nos últimos dias.
Os jornalistas comentaram o vídeo do prefeito Carlinhos do Pelado (Progressistas), em que ele aparece dançando durante uma festa de aniversário. “É um problema dele, se ele não está fazendo isso no horário de trabalho. Ele não está fazendo dentro da prefeitura. A única crítica que eu tenho pra ele é que era pra estar dançando com a mulher dele e não com a parede”, disse Astério Moreira, aos risos.
“Se ele não tá tirando dinheiro da prefeitura pra isso, então tá tudo bem. É a festa de aniversário dele”, pontuou Crica.
Entre os destaques, o governador Gladson Cameli volta aos holofotes com articulações em Brasília. De olho em uma possível candidatura ao Senado, Gladson tem visitado colegas no Congresso e chegou a receber uma saudação pública do senador Davi Alcolumbre no plenário. “Eu fico me perguntando: quem é a casca de bala do Gladson? Ele estava com o Márcio no Senado. O do Bocalom é o Márcio”, questionou Astério.
“O Gladson é ele mesmo. Ele escuta todo mundo, mas não ouve ninguém. Foi uma visita normal e institucional. Ele já foi senador. O Márcio quer ser o segundo nome ao Senado”, afirmou Crica.
O programa também mergulhou na política da capital. No Blog do Crica, o prefeito Tião Bocalom é apontado como o “enigma a ser decifrado” para 2026. Mesmo após completar 100 dias do novo mandato e promete acelerar obras, sua estratégia eleitoral ainda é vista com incertezas.
“Ninguém tira uma declaração do Bocalom sobre se será candidato ou não. A mesma coisa é o Márcio Bittar sobre seu candidato ao governo. Ninguém consegue uma declaração dele”, pontuou Crica.
Crica comentou os bastidores da disputa silenciosa, destacando também a movimentação da ex-deputada federal Jéssica Sales, que ensaia seu retorno ao cenário político. “Nessa entrevista, ela atacou a vice-governadora, afirmou que a Mailza não tem pulso, fez críticas: ‘de que estamos juntos pra quê? Pra fazer o quê?’. A Jéssica deu uma clara pista de que quer ficar com o Alan. O MDB é oposição. O partido tem dito que o Gladson nunca o procurou, e é difícil uma composição com a Mailza”, afirmou.
Outro ponto importante abordado no programa foi a tentativa de desmentir rumores de racha no Progressistas. Segundo Astério, não há crise entre Nicolau Júnior e Mailza, e o partido segue unido em torno de suas lideranças.
“Eu ouvi gente do PP, do grupo do Nicolau e também da Mailza. O que eles compreendem é que estão nessa corrida, mas em hipótese nenhuma haverá racha no PP. O Nicolau afirmou que seguirá o governador Gladson Cameli, mas ele está trabalhando”, pontuou Astério.
“Se a Mailza não decolar, o Nicolau pode surgir como candidato alternativo. Se houver a condenação do Gladson Cameli, ele pode ir ao Senado. Está jogando em três frentes. O peixe que ele cair, ele pega”, afirmou Crica.
Uma chapa entre o senador Alan Rick e a ex-deputada federal Jéssica Sales, com Mara Rocha e Petecão (Novo e PSD) para o Senado, foi discutida. “Alan e Mara tiveram uma conversa, são amigos, e houve uma especulação. Eu não vejo contradição nenhuma, até porque ela não vai compor com o governo. Eu sei que tem gente dos dois grupos, do Alan e da Mara, que conversam muito”, afirmou Astério.
“Uma chapa Alan/Jéssica é uma chapa muito forte com Mara e Petecão pro Senado”, pontuou Crica.
O programa ainda destacou o convite feito ao senador Alan Rick para disputar o governo do Acre pelo partido Novo. A proposta partiu do deputado estadual Emerson Jarude e do presidente nacional da sigla, Eduardo Ribeiro.
“Acho difícil o Alan ir para o Novo. Eles estiveram juntos na campanha, mas acho difícil porque o partido não tem estrutura nos municípios, e o Alan vai ter que buscar uma legenda com estrutura. Acho muito difícil ele conseguir vencer essa questão dentro da federação PP/União Brasil”, pontuou Crica.
“Tem uma questão consolidada em Brasília: PP e União Brasil. Tive uma informação de uma correspondente de que é realidade a composição entre PP e União. Eu sei que o caminho mais viável para o Alan é o MDB. A única resistência ao Alan no MDB é o grupo do Tanizio. Se o MDB fechar com Alan e Jéssica, o Tanizio Sá sai. A Jéssica, na entrevista que me deu, disse que o Tanizio é uma figura política, e ele não vai chegar no MDB metendo o pé na porta e dizendo o que tem que ser feito”, concluiu Astério Moreira.
Assista ao vídeo:
