Menu

Prefeito de Feijó diz que ajuda federal é pequena e detona Kiefer: “tentou nos engessar”

Foto: Sérgio Vale
Receba notícias do Acre gratuitamente no WhatsApp do ac24horas.​

Em entrevista ao Boa Conversa Aleac, o prefeito de Feijó, Railson Correia (Republicanos), falou nesta quarta-feira, 9, sobre os impactos das enchentes no município, especialmente na zona rural e em comunidades indígenas, criticou o valor da ajuda financeira federal e revelou os desafios herdados da gestão anterior, que, segundo ele, deixou rombo milionário nas contas públicas.


“Agrava-se, sobretudo na zona rural, não é uma enchente que prejudica tanto a zona urbana. Na zona urbana nós tivemos quatro bairros, em torno de 20 a 25 famílias que foram retiradas de suas casas, mas o maior problema é na comunidade rural”, afirmou o gestor.


Railson relatou que o município já enfrentava dificuldades desde fevereiro, com uma primeira enchente, e que mesmo com um auxílio de R$ 600 mil aprovado pelo governo federal, os recursos não são suficientes.

Anúncio


“O governo federal aprovou 600 e poucos mil reais para Feijó em razão da primeira enchente de fevereiro. Esse valor é um valor que é pequeno, porque nós temos que levar em consideração que agora em abril centenas de ribeirinhos e dezenas de aldeias indígenas, porque deve ser pelo menos mais 20 aldeias, perderam tudo. Como é que a gente vai sustentar essas pessoas que não têm mais produção, não têm mais um roçado? Então 600 e poucos mil é um valor muito pequeno para poder fazer essa ajuda por meses a essas pessoas que perderam, sobretudo os seus legumes e também as criações. Porque não é só os legumes. Tem situações que morre boi, que morre porco, que morre galinha devido à alta do rio”, relatou.


Railson reconheceu o apoio do Governo do Estado, destacando o papel da Secretaria de Assistência Social e da Defesa Civil local. “Eu tenho que enaltecer a equipe de Feijó por meio da assistência social local, toda a equipe que vem trabalhando, a defesa civil de uma forma extraordinária, mas eu não posso deixar de lado a grande, grandiosa ajuda do nosso governador Gladson Cameli. O Governo já destinou 1,5 mil cestas básicas”, declarou.


Foto: Sérgio Vale

O prefeito também mencionou o apoio do senador Sérgio Petecão (PSD).”A gente intermediou junto a alguns senadores, inclusive quero elogiar o senador Petecão, que tem feito essa tratativa com o Ministério. Esperamos que o governo federal repasse o dinheiro agora da enchente de abril, para que a gente possa atender por mais tempo a nossa comunidade ribeirinha e indígena”, afirmou.


Ele fez um alerta sobre o tempo necessário para a recuperação das plantações: “Você imagina que uma macaxeira demora meses para estar pronta para consumo, mas durante a enchente ela foi aniquilada. Então, daqui quanto tempo que os indígenas, os ribeirinhos terão outra macaxeira para comer, outra banana para comer? Então, os legumes foram perdidos e não se restabelece amanhã. São meses e meses e meses. Anos para poder ter a colheita daquilo que foi acabado em quatro, cinco dias. É uma situação caótica”, observou.


Railson revelou que encontrou a prefeitura com diversos problemas financeiros e administrativos.

Publicidade


“Eu sempre achei do princípio que se há um problema nós temos que resolver. Não adianta ficar atrelando a culpa do problema a uma gestão anterior e não promovermos atos para resolver e atender bem a nossa população. Mas a gente precisa deixar muito claro que, maliciosamente, a gestão anterior buscou nos engessar”, disse.


Segundo ele, a gestão anterior não repassou valores de INSS, FGTS e consignados dos meses de novembro e dezembro de 2024, o que causou bloqueios e retirou da atual administração cerca de R$ 4 milhões.


“Esse dinheiro não deveria ter saído dos cofres públicos para esse fim. E nós temos um orçamento de aproximadamente 100 milhões de reais. Se você tira 4, 5 milhões para pagar débitos decorrentes de ações irresponsáveis da gestão anterior, isso prejudica incomensuravelmente o nosso projeto de gestão”, afirmou.


Para contornar a situação, a atual gestão tem atrasado pagamentos a fornecedores. “Ainda bem que eles estão entendendo e gradativamente nós vamos pagando”, garantiu.


O prefeito anunciou que o tradicional Festival do Açaí, marcado para a segunda semana de agosto, terá apoio financeiro do governo estadual. O gestor também mencionou um plano para reabrir ramais e reconstruir pontes com a colaboração da população.


“Nós temos em torno de 1.700 km de ramais. É a maior malha de ramal do estado do Acre, ganhando, inclusive, de Rio Branco. Atrelado a isso, temos mais de 20 pontes no chão, porque a antiga gestão não promoveu a reconstrução e a manutenção das pontes. As que foram refeitas, foi por meio do Deracre, por meio do governo do estado”, afirmou.


Para reverter esse cenário, Railson revelou que terá apoio da Casa Civil, do Deracre e das próprias comunidades: “Vou fazer reuniões essa semana agora com os moradores dos ramais para que eles possam nos ajudar na construção das pontes, doando a madeira, colocando a mão de obra deles mesmos e nós entrarmos com os insumos. Porque sem a colaboração do governo do estado e da comunidade, nós não teremos êxito. A nossa gestão não pode falhar”, encerrou.


video
play-sharp-fill


INSCREVER-SE

Quero receber por e-mail as últimas notícias mais importantes do ac24horas.com.

* Campo requerido
plugins premium WordPress