Foto: Igo Estrela/Metrópoles
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, afirmou nesta quarta-feira (9/4) que medidas adotadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, podem ter impacto direto sobre os preços dos alimentos no Brasil.
Segundo ele, a nova política tarifária norte-americana tende a provocar uma valorização do dólar, o que encarece produtos importados e pressiona a inflação.
A declaração de Teixeira foi dada após o anúncio de um pacote de tarifas de 10% sobre importações, feito por Trump no último dia 2 de abril. As novas taxas atingem produtos de mais de 180 países e têm gerado preocupação em mercados internacionais, que já registram sinais de instabilidade.
Analistas alertam para o risco de uma escalada inflacionária global, impulsionada principalmente pela valorização do dólar.
“O presidente dos EUA tirou de todo mundo, brigou com todo mundo, acabou com todo sistema pós-guerra, entre eles o sistema da OMC (Organização Mundial do Comércio). Acabou com o sistema multilateral, e o dólar, que estava a R$ 5,70, agora já foi a R$ 6. Portanto, ele é um grande responsável se houver um retorno da alta dos preços dos alimentos no Brasil”, afirmou Teixeira.
O ministro também comentou que, em sua avaliação, a alta dos alimentos no Brasil tem relação direta com a valorização da moeda norte-americana, impulsionada pelas ações do ex-presidente dos EUA.
“O nome do aumento de alimentos no Brasil se deve a uma variação cambial que teve como razão a eleição de Donald Trump”, disse.
Desde o anúncio das tarifas, o dólar já ultrapassou os R$ 5,90. Além da alta da moeda, crescem os temores de uma guerra comercial entre os Estados Unidos, China e União Europeia, o que poderia agravar ainda mais o cenário global de preços.
Para Teixeira, a intenção do presidente republicano ao adotar a nova política comercial é transferir a inflação interna dos EUA para outros países, fortalecendo os produtos norte-americanos no mercado internacional. “O que ele quer fazer é passar a inflação americana para nós, para todo mundo, valorizando o dólar e os produtos dos EUA”, afirmou.