Nesta terça-feira, 8, completam nove anos da morte do padre Paolino Maria Baldassari, uma das figuras religiosas mais queridas e emblemáticas do Acre. Em Sena Madureira, município onde atuou por quase meio século, a data é marcada como feriado municipal desde a aprovação de uma lei pela Câmara de Vereadores. Todos os órgãos da administração municipal permanecem fechados em respeito à memória do religioso.
Padre Paolino faleceu em 2016, aos 90 anos, após passar vários dias internado na UTI do Pronto-Socorro de Rio Branco (Huerb). Seu corpo foi sepultado ao lado da Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, onde uma capela foi construída e hoje recebe fiéis de diversas partes do país, em Sena Madureira (AC).
Natural de Bolonha, na Itália, Paolino viveu 46 anos em Sena Madureira. Membro da Ordem dos Servos de Maria, ficou conhecido como o “médico da floresta” por atender gratuitamente a população em um consultório improvisado na igreja. Embora não fosse médico, aplicava conhecimentos adquiridos com seringueiros, indígenas e livros de medicina popular. Também fundou escolas na zona rural e levava remédios a comunidades isoladas.
Em 2019, com aval do Vaticano, teve início o processo de beatificação do frei, que ganhou oficialmente o título de “servo de Deus”. O inquérito eclesiástico teve sua primeira etapa iniciada apenas em maio de 2022, com coleta de depoimentos e documentos.
Um dos pontos centrais do processo é a suposta cura de um homem de 47 anos que sofria da Síndrome de Guillain-Barré. O caso teria ocorrido três semanas após a morte do padre, e segundo relatos, a melhora aconteceu após orações feitas por familiares e amigos direcionadas ao frei.
Em agosto de 2024, o Vaticano enviou um representante ao Acre para acompanhar os trabalhos da fase diocesana do processo de beatificação. Após essa etapa, os documentos e relatos seguiram para análise em Roma, onde especialistas do Vaticano devem decidir se o milagre será reconhecido oficialmente.
Caso o processo avance com a comprovação do milagre, Paolino poderá se tornar o primeiro santo da Amazônia, uma consagração que reforça o impacto da sua vida dedicada aos mais humildes no coração da floresta.