Manifestantes que se autointitulam “verdadeiros patriotas” se reuniram na manhã deste domingo (6), em frente à Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), em Rio Branco, para pedir anistia aos presos pelos atos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília. O grupo é um dos dois que organizam manifestações no Acre neste domingo com o mesmo objetivo, mas de forma independente.
O senador Alan Rick (UB-AC) esteve presente no ato e defendeu a anistia para os manifestantes. “Não é questão de divisão, acho que aqui nós temos pessoas voluntárias, pessoas que clamam como muitos brasileiros por uma anistia, uma anistia para cidadãos que não tentaram fazer golpe de Estado”, afirmou.
Foto: Jardy Lopes
Ele questionou a forma como algumas prisões foram feitas. “Agora é condenar pessoas que estavam em frente de quartéis se manifestando, sem nenhum tipo de acusação formal, sem ter acesso aos autos, sem nenhuma prova. […] Cada julgamento tem que ser justo e não se tornar apenas uma vingança contra brasileiros que querem apenas o bem desse país.”
Joia Lima, de 64 anos, comentou sobre a divisão entre os grupos. “Está dividido sim. Porque nós não vamos ser escada para quem chegou ontem. Com interesse político. Aqui está os verdadeiros patriotas que somos nós. Três meses de QG, três, sabe? Só nós sabíamos o que nós estávamos passando ali dentro. Mas fomos até o fim, vimos os nossos amigos ser presos”, disse.
Foto: Jardy Lopes
Ela também afirmou que os participantes do grupo não têm vínculo com cargos públicos. “Ninguém está no movimento em lugares fechados. Ninguém aqui desse grupo depende de cargos comissionados, ninguém aqui desse grupo não aceita. E tem organizadores lá que nunca foram ao QG levar um pão, certo? E hoje querem se beneficiar nas costas dos verdadeiros patriotas. Então isso não é certo”, concluiu.
Michele Lacerda, de 44 anos, que ficou presa por quatro meses com tornozeleira eletrônica, também participou da manifestação. “O que aconteceu com a gente aqui no território acreano já demonstra uma grande injustiça, porque em nenhum momento nós fomos até Brasília, não quebramos nada, não participamos de nada e pagamos por um crime que nós não cometemos.”
Foto: Jardy Lopes
Ela explicou que o grupo decidiu manter a manifestação em frente à Aleac após a tentativa anterior ser cancelada por causa da cheia do Rio Acre. “Na verdade, quando eles desistiram da outra vez, por conta da alagação, a gente resolveu se reunir aqui, e aí o grupo permaneceu, que no próximo ato nós também viríamos pra cá. O importante é o objetivo, que é a anistia, que hoje o nosso grito de justiça é a anistia”, finalizou a manifestante.
O ato em frente à Aleac começou às 8h da manhã. Outro grupo favorável à anistia, com participação de lideranças políticas como o senador Marcio Bittar, o prefeito Tião Bocalom e o secretário João Marcos Luz, realiza uma mobilização separada, a partir das 9h, no buffet Afa Jardim, também em Rio Branco.
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