A edição desta sexta-feira, 4, do programa ‘Boa Conversa’ trouxe discussões polêmicas sobre a mudança do Centro Pop, que presta serviço essencial de atendimento à população em situação de rua, a situação da Cidade do Povo e o cenário político em relação à disputa para o Senado para 2026. Os comentaristas Luis Carlos Moreira Jorge, o Crica, e Astério Moreira analisaram os temas em destaque.
O comentarista Crica destacou a insegurança enfrentada por comerciantes e moradores do centro de Rio Branco e defendeu a transferência do Centro Pop para um local mais adequado.
“O centro da cidade virou uma cracolândia, os comerciantes estão se sentindo inseguros. Não é um, nem dois e nem três. Então, nem todo mundo que tá ali é pobrezinho e coitadinho. Vamos deixar a cidade virar uma cracolândia? A única coisa que eu concordo com o João Marcus Luz é exatamente tirar o Centro Pop dali e colocar em um lugar maior. Ali você só distribui alimentação, que leva pra um lugar mais amplo. Nem na catedral as pessoas se sentem seguras. A coisa não é assim não, não podemos mais nem andar à noite no centro da cidade, por risco de ser assaltado. O centro da cidade está saturado”, afirmou Crica.
Astério Moreira enfatizou a preocupação dos moradores dos bairros com a segurança. “O que eles alegam é a questão de segurança, eles se sentem vulneráveis nos bairros. Eles mesmos falam que são doentes. As pessoas não estão aceitando, é um problema que a prefeitura tem que resolver, mas que não traga pro nosso calo. Ali é uma questão política que tem que ter vários atores. Esse problema tem aumentado na cidade”, ressaltou.
A incerteza sobre a elegibilidade do governador Gladson Cameli foi apontada por Crica como fator determinante para a configuração da disputa do Senado em 2026. “Nós temos que saber como vai ficar a situação do Gladson, que tá com processo em vias de ser colocado para julgamento. Se ele fica inelegível, é um quadro, já que são duas vagas. Agora, se ele pode participar, é só uma vaga porque todo mundo sabe que ele vai ganhar. Enquanto não se resolve isso, o quadro vai ficar conturbado. Se ele ficar inelegível, pode vir a Socorro Neri. Tem que esperar a decisão do STJ, porque é isso que vai ditar o cenário para 2026”, afirmou.
Astério pontuou que Cameli ainda pode recorrer e disputar. “Ele [Gladson] pode recorrer e disputar. Essa decisão vai pautar o governo. O governador ainda tem a opção de ficar até ao final do governo, atendendo o pedido da mãe, e coordenar o processo de sucessão”, destacou.
Sobre o apoio dos prefeitos a Alan Rick e Mailza Assis, Astério Moreira ressaltou a necessidade de sobrevivência política dos gestores municipais. “Ninguém pode servir a dois senhores, os prefeitos precisam sobreviver politicamente. Para o deputado, se ele é da base, é interessante ele permanecer. Ele tem interesse na reeleição dele”, afirmou Astério.
Crica foi enfático ao afirmar que alianças na política são baseadas em conveniência em relação à disputa de 2026. “Não há amizade na política e sim conveniência. Os prefeitos que estão apoiando a Mailza e o Alan, se no decorrer do próximo ano eles sentirem que um candidato tá encaminhando para vencer, eles pulam para outra canoa. É a história do ‘meu pirão primeiro’. Na política, até boi voa. Se ele sentir que o candidato que ele tem vai perder, ele pula do barco”, ressaltou.
A dificuldade do Partido dos Trabalhadores no Acre em encontrar um nome forte para 2026 também foi debatida.
“Ele [Jorge] me disse que não disputa o governo. Ele disse que começa em maio a fazer a pré-campanha para o Senado em Rio Branco, descartando qualquer hipótese do governo. Eu acho que a candidatura vai acabar caindo no colo do André Kamai. O Zen falou que o candidato da esquerda não precisa necessariamente ser do PT”, relatou Crica.
Sobre as ações policiais na Cidade do Povo, Astério destacou a falta de comunicação sobre operações de segurança.”Me parece que falta uma certa divulgação da segurança pública”, pontuou Astério.
“Há uma disputa entre o sistema de comunicação do governo e do sistema de comunicação da prefeitura pra ver quem comunica pior. Uma operação dessa na Cidade do Povo, de uma mulher inocente… Então, você tem que divulgar. Eu não vi uma divulgação maciça do governo. A comunicação do governo falhou feio nessa questão da Cidade do Povo”, afirmou Crica.
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