O senador Alan Rick (União Brasil) e o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom (PL), protagonizaram uma troca de críticas nas redes sociais envolvendo projetos de infraestrutura e saneamento na capital. As críticas mútuas envolveram desde a construção do novo 7º Batalhão de Engenharia e Construção (BEC), passando pela construção do Parque Cidade até a proposta de erradicação dos lixões no estado.
A confusão iniciou após o senador Alan Rick ter um encontro com vereadores do MDB, Fábio Araújo, Neném Almeida e Eber Machado. Na publicação, o senador, que é pré-candidato ao Governo do Acre, afirmou que a gestão de Tião Bocalom vem colocando obstáculos nos projetos envolvendo a capital.
Em resposta às acusações do senador de “travar projetos” na capital, Bocalom criticou a proposta de Alan Rick para acabar com os lixões, financiada pelo Fundo de Desenvolvimento da Infraestrutura Regional e Sustentável (FDRIS).
“O senador nos trouxe, no final de 2023, em nossas primeiras tratativas, o valor apenas do projeto de aproximadamente 7 milhões de reais a fundo perdido. A partir de meados de 2024, já começou a falar em R$ 14 milhões, apenas o projeto; agora nos informando que, caso os prefeitos não aceitassem executar o projeto proposto, alguém teria que assumir a devolução do valor contratado e que o governo do Estado garantiria tal ressarcimento. Acontece que o governo nos informou que tinha apenas anuído o projeto, não tendo dado a garantia de ressarcimento do valor”, destacou Bocalom.
“Diante disto, me neguei e continuarei negando assinar tal contrato, através do consórcio Cinreso, que criamos para buscar a solução da destinação final do lixo em cada um dos 21 municípios que necessitam dar uma solução, pois Rio Branco já tem sua solução. Jamais colocarei nossos municípios em tamanho débito!”, acrescentou.
Em nota divulgada pela assessoria de imprensa, Alan Rick classificou as declarações de Bocalom como “desinformação” e afirmou que o projeto de erradicação dos lixões tem recursos federais garantidos, sem custo para os municípios. O senador citou que o modelo defendido por Bocalom exigiria investimentos de R$ 5,5 milhões das prefeituras para uma usina com capacidade “irrisória” de apenas duas toneladas por dia, enquanto o Acre produz 607 toneladas diárias de lixo”, escreveu.
“A verdade é que o prefeito se recusa a aderir ao projeto porque já tem um acordo nebuloso com uma empresa de fora do estado, sem transparência, sem acompanhamento do Ministério Público, sem debate nas Câmaras Municipais e sem qualquer estudo técnico minimamente confiável”, afirmou.
Sobre a construção do novo 7º BEC, Bocalom afirmou que o processo de desapropriação do terreno está em andamento, mas depende de trâmites legais.
“É importante deixar claro: a prefeitura não tem um terreno de 20 hectares disponível para doar à União. Se nós já tivéssemos esse terreno, evidentemente já teríamos feito essa doação. O que está em curso é um processo de desapropriação, que exige levantamento topográfico, avaliação de valor e previsão orçamentária. Que pena que o senador que pensa em ser governador não entenda o mínimo de um processo de desapropriação, que exige trâmites”, explicou.
Ao final da nota, Alan Rick cobrou agilidade da gestão do prefeito Tião Bocalom e afirmou que o discurso não acompanha a realidade. “Sobre o 7º BEC, mais uma vez, o discurso não acompanha a realidade. A desapropriação foi prometida há mais de um ano, e até agora o terreno sequer foi formalizado. O Exército aguarda. A cidade espera. E o prefeito responde com o que melhor sabe oferecer: desculpas. O papel de um senador da República é propor soluções, articular recursos e cobrar resultados. Isso incomoda quem prefere manter as coisas como estão. Mas seguimos firmes. Nosso mandato vai seguir incomodando quem se acostumou a explicar a paralisia com discursos prontos. O Acre merece mais”, escreveu.
