A anistia pretendida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, simplesmente, foi abortada
Da esperada multidão, 1.000.000 de pessoas, aos 27.000 minguados participantes da manifestação popular em apoio a uma anistia que poderia beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e torná-lo elegível, simplesmente, foi decepcionante, ainda que realizada, de caso pensado, na praia de Copacabana, o ambiente, que em todo o nosso país, e aos domingos, seja àquele que concentra a maior número, não apenas de banhistas, sim e também, de seus visitantes e turistas.
Levando-se em consideração o tamanho da nossa própria população, reporto-me aos 204.000,000 de brasileiros, não mais que 0,1% atenderam aos recorrentes apelos feitos pelo próprio ex-presidente Jair Bolsonaro. Para ele, infelizmente, faltou povo.
Sob a referida anistia, há que se fazer a seguinte pergunta: por que anistiá-lo se ele ainda sequer foi condenado? Nada mais esquisito, a não ser que ele próprio não tenha encontrado outras justificativas para contestar as inúmeras provas que o incrimina.
Acontece que, no que depender da nossa legislação penal, anistia por antecipação simplesmente inexiste, e não existindo, a sua candidatura nas eleições de 2026 igualmente inexiste, até porque, a se confirmar as previsões que vêem sendo feitas pelos nossos mais acurados especialistas em direito penal, ele se tornará inelegível por algumas décadas.
Se todos os criminosos precisam ser penalmente responsabilizados, nas democracias que se prezam, àqueles que buscam e muito fazem no sentido de golpeá-la, deverão ser severamente punidos e na dosimetria máxima. Nada comparável as penas que suas atribuídas aos já denominados ladrões de galinha.
O que aconteceu no dia 08/01/2023 não foi um ato isolado, e sim e já em grau de desespero, aquele que deveria ser um dos últimos atos a serem postos em prática, até porque, embora o presidente Lula já houvesse sido empossado, não teve tempo para montar a sua própria segurança, muito menos, a da praça dos nossos três poderes.
Ainda bem, como se diz na linguagem popular, o tiro saiu pela culatra, ou seja, por mais uma vez a sua tentativa de golpe de Estado fracassou. Ainda assim, insatisfeito com a sua derrota nas eleições presidenciais de 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro deu início a sua candidatura visando às eleições de 2026. Portanto, a ninguém será dado o direito de negar que os atentados ocorridos no dia 08/01/2023 não faziam parte de um golpe de Estado. Digo mais: os próprios advogados de defesa dos acusados já tomaram ciência disto.