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Homem que tem 20 passagens pela polícia perdeu os pais para a Aids e caiu nas drogas

Rondomar enquanto criança e já nos dias atuais I Foto: Arquivo pessoal/cedida
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A família de Rondomar Cavalcante de Melo, de 33 anos, acusado de cometer roubos em Rio Branco, e que tem ao menos 20 passagens pela polícia, procurou o ac24horas neste sábado (29) para tentar elucidar a sociedade sobre como o homem iniciou sua trajetória na vida criminosa, o seu estado de saúde mental, e pedir ajuda no resgate de sua sanidade. De acordo com a família, desde que se tornaram públicos ao menos três crimes recentes de Rondomar, ele tem sofrido ameaças de morte.


Entenda o caso: Acusado de roubos no Acre tem ao menos 20 passagens pela polícia


De acordo com um familiar, que não quis se identificar, Rondomar perdeu o pai e a mãe aos 13 anos, em um curto intervalo de tempo, ambas vítimas de síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS). Antes das mortes, no entanto, ele teve que conviver com um processo doloroso de definhamento dos pais.

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Com o falecimento dos genitores, ainda aos 13 anos, Rondomar passou a morar sozinho com o irmão menor, que sofre de surdez. O trauma da morte repentina e sofrida dos pais levou-o a sofrer de ansiedade e depressão, que o empurraram até a dependência química e deram início a uma série de transtornos de mentais.


“Durante todos estes anos, Rondomar vivia na rua, por isso cometia alguns delitos pelos quais foi preso, mas cumpriu todas as penas. Com o tempo e a frequência dos problemas com a polícia, o juizado observou que ele tinha problema mental e precisava de tratamento. Foi aí que ele começou a fazer tratamento psicológico, com psiquiatra”, disse a familiar.


Foto: Rondomar após recuperação, antes dos episódios recentes I Arquivo pessoal/cedida

Com o tratamento, nos últimos 5 anos Rondomar estabilizou e vivia uma vida comum. Entretanto, há duas semanas, um problema familiar que não o envolvia diretamente, mas de que alguma forma o afetou, causou um surto que o levou a novamente abusar de drogas, colocando-o na mesma situação em que estava antes do tratamento.


Foi neste contexto, portanto, segundo a família, que no dia 18 de março Rondomar pedia dinheiro em frente a um supermercado na capital quando, por motivos que não estão claros, golpearam-no com barras de ferro, pisões e socos, deixando-o mais ainda descompensado. Tanto que no mesmo dia e com machucados, acessou o mesmo estabelecimento e foi visto pegando e escondendo três garrafas de whisky avaliados em R$ 900 – motivo pelo qual foi preso e solto no dia seguinte após audiência de custódia.


“Qual a pessoa que está em sã consciência, apanha num lugar e depois volta no mesmo dia pra furtar? As pessoas da rua conhecem ele, tomam as coisas das mãos dele, quando está andando, batem nele. Não estamos querendo justificar nem querendo dizer que ele é inocente, mas as pessoas batem, ameaçam e ele precisa de ajuda”, afirmou.

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Em nota assinada pela família Cavalcante em conjunto com a terapeuta de Rondomar, Elen Matias, o pedido é para que, diante dos surtos que levam Rondomar a cometer crimes, não haja reação violenta.


Foto: Rondomar na infância I Arquivo pessoal/cedido

“Rondomar Cavalcante não é um criminoso perigoso, é um homem que precisa de ajuda no tratamento da dependência do entorpecente e em seu transtorno mental. Ele não é violento e nem agressivo com ninguém. Pelo contrário, é trabalhador, uma pessoa carismática com todos. Infelizmente, em momento da sua ansiedade patológica usou o entorpecente e fora do seu juízo normal causou essa situação. Deixando o esclarecimento pelo qual aconteceram os fatos e o pedido de perdão da família aos prejudicados” diz a nota.


Segundo a terapeuta Elen Matias, os diagnósticos de Rondomar são transtorno bipolar, transtorno de ansiedade generalizada (TAG), transtorno de pânico, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e depressão grave.


No momento, Rondomar se encontra em situação de rua e está sendo procurado por familiares para iniciar o processo de reabilitação. “Algumas pessoas já nos ligaram falando que ele tá muito triste, assustado, depressivo, entendeu, mas quando a gente vai no local ele não tá mais. Estamos tentando fazer com que ele volte para casa para que o levemos ao tratamento”, finalizou a familiar.


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