A guerra comercial promovida pelo governo do presidente dos Estados Unidos da América (EUA) Donald Trump pode favorecer estados como Acre, Paraná e Rio Grande do Sul na exportação de carne suína para o México.
O Ministério da Agricultura iniciou os trabalhos envolvendo a ampliação de licenças de exportação de carne suína para o México, com a perspectiva de incluir estados que já possuem o status de liberdade de febre aftosa sem vacinação, como o Acre. Atualmente, apenas instalações de Santa Catarina têm autorização para exportar para o México, mas a reavaliação das normas pode abrir espaço para produtores de outras regiões.
Conversações em curso visam beneficiar estados como Paraná, Rio Grande do Sul e Acre, que já possuem o status de liberdade da febre aftosa. Com a previsão de reconhecimento oficial pela Organização Mundial de Saúde Animal já em maio, o governo federal tem se empenhado em ajustar as diretrizes sanitárias e ampliar o leque de frigoríficos aptos a exportar carne suína. A iniciativa surge em meio à pressão comercial, uma vez que o México busca diversificar suas fontes de abastecimento e reduzir a dependência dos Estados Unidos, que enfrentam uma crescente disputa tarifária.
Autoridades renovaram um pedido para que o México autorize embarques de fábricas de processamento em mais estados, segundo Luis Rua, secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura do Brasil. Atualmente, apenas sete instalações no estado de Santa Catarina têm permissão para exportar carne suína para o México.
O pedido à autoridade sanitária mexicana Senasica ocorre enquanto as tarifas impostas por Trump sobre o México estão programadas para entrar em vigor em 2 de abril. O aumento das importações brasileiras prejudicaria os EUA, que consideram o México seu maior mercado para carne suína e vêm perdendo participação para o país sul-americano em vários segmentos agrícolas.
Ao ac24horas, o presidente da Apex-Brasil, Jorge Viana, afirmou nesta quarta-feira, 26, que o Acre está em vias de ser habilitado para exportar carne suína para o México, um mercado com preços considerados “imbatíveis”. Em conversa direto de Tóquio, onde acompanha o presidente Lula em viagem oficial, Viana detalhou os esforços para incluir o estado na lista de exportadores autorizados.
“Eu estou fazendo contato com o Ministério da Agricultura, inclusive o Luiz Rua, que é o responsável pelo mapa dessa área, já faz algum tempo, para incluir o Acre como habilitado para exportar carne suína para o México”, disse Viana.
“O preço do México é imbatível, o Acre tem todas as condições, Acre e Rondônia, de se somar a Santa Catarina e Paraná, são os estados que podem exportar, por conta das exigências sanitárias”, acrescentou.
Viana destacou que a logística do Acre, especialmente por meio da Estrada do Pacífico, obra realizada durante seu governo, coloca o estado em vantagem competitiva. “No Acre, por exemplo, quando é a Dom Porquito, a logística é imbatível. Nós fizemos na época que eu fui governador a estrada do Pacífico, hoje um caminhão frigorífico demora dois, três dias para sair de Brasília e chegar lá, em Chancay, na costa do Pacífico. Nenhum estado do Brasil tem essa logística. E eu estou com muita esperança que o Acre seja habilitado, até porque tem que ter uma expansão. Eu estou trabalhando também para ver se a gente amplia a produção de carne suína no Acre nos próximos meses, inclusive, no próximo mês, no próximo ano”, pontuou.
Por fim, Viana reforçou o papel da Apex-Brasil e do governo Lula na abertura de mercados. “É isso, o trabalho da Apex, junto do governo do presidente Lula, está trabalhando para abrir o mercado do méxico para as exportações de carne suína do Acre, isso vai ser muito bom para o nosso estado”, encerrou.
Com informações da Folha de SP